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    Opositor preso de Putin relata frio congelante em cela de prisão na Sibéria

    Alexei Navalny também afirmou que só tem dez minutos para comer e que prática religiosa está sendo limitada

    Amy CassidyAnna Chernovada CNN

    O opositor de Putin, Alexey Navalny, que está preso, relatou durante uma audiência que o frio é congelante dentro de sua prisão, ao aparecer via videoconferência para descrever seu caso contra as autoridades na colônia penal siberiana em que ele está sendo mantido.

    Dirigindo-se ao Supremo Tribunal de Moscou, a figura da oposição descreveu as duras condições que está enfrentando na prisão, para onde foi transferido no mês passado, alegando temperaturas congelantes e um limite de 10 minutos para comer.

    “É impossível comer em 10 minutos”, disse ele ao juiz da suprema corte em Moscou. “Se você comer todos os dias dentro de 10 minutos, essa refeição se transforma em um processo bastante complexo.”

    “A cela é muitas vezes um lugar muito frio”, continuou ele. “Você sabe por que as pessoas escolhem um jornal lá? Para se cobrir. Porque com um jornal, posso a vocês juízes, é muito mais quente dormir, por exemplo, do que sem um. E então você precisa de um jornal para não congelar.”

    A oposição está processando as autoridades prisionais pelas condições da detenção.

    A preocupação com o bem-estar dele aumentou no mês passado depois que sua equipe não pôde contatá-lo por mais de duas semanas em dezembro. Em 25 de dezembro, sua equipe disse que finalmente conseguiram localizá-lo na colônia penal siberiana em Kharp, para a qual ele havia sido transferido.

    Navalny alegou que as autoridades estão limitando o número de textos religiosos que ele pode ter, dizendo: “[Os regulamentos] dizem que estou autorizado a ter 10 livros. Preciso de 2 livros para praticar minha religião. Um livro não é suficiente para mim, viola diretamente meus direitos religiosos.”

    “Eu quero ter em minha cela 10 livros. Eu preciso deles para a educação, eu preciso deles para a prática religiosa.”

    A razão para o limite, Navalny alega, é impedir o estudo do Islã e que “algumas restrições estão sendo constantemente inventadas”, como a proibição do rosário muçulmano, enquanto ele diz que uma cruz cristã é permitida.

    Contrariando a alegação de que existem restrições específicas para os presos muçulmanos, o representante do Ministério da Justiça do tribunal chamou as alegações de Navalny de “declarações políticas.”

    O representante também disse ao juiz que os oficiais da prisão podem trazer Navalny até 10 livros durante o dia; não há proibições, mas ele só pode manter um em sua cela durante a noite.

    Navalny foi condenado a 19 anos de prisão em agosto do ano passado, depois de ser considerado culpado de criar uma comunidade extremista, financiar atividades extremistas e inúmeros outros crimes. Ele já estava cumprindo sentenças de 11 anos e meio em uma instalação de segurança máxima por fraude e outras acusações que ele nega.

    Os partidários de Navalny afirmam que sua prisão é uma tentativa politicamente motivada de sufocar suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin.

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