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    Opositor de Putin, Alexei Navalny é condenado a mais de 19 anos de prisão acusado de extremismo

    Navalny já está cumprindo sentenças que totalizam 11 anos e meio, em uma prisão de segurança máxima, por fraude e outras acusações que ele diz serem forjadas

    Rob PichetaAnna Chernovada CNN

    O líder da oposição russa Alexei Navalny, preso desde o início de 2021, foi condenado a mais 19 anos de prisão após ser considerado culpado por acusações de extremismo em um novo caso, informou a mídia russa, nesta sexta-feira (4).

    Esse é um novo golpe para um crítico feroz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que acontece em meio a uma intensificação da repressão contra a dissidência no país.

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    Navalny foi acusado de criar uma comunidade extremista, financiar atividades extremistas e vários outros crimes. Ele foi considerado culpado, nesta sexta-feira, no presídio de alta segurança em que está detido.

    O opositor de Putin já está cumprindo penas que totalizam 11 anos e meio, em uma prisão de segurança máxima, por fraude e outras acusações que ele diz serem forjadas.

    Ele e seus apoiadores afirmam que sua detenção e encarceramento foram motivados politicamente, com a intenção de silenciar suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin.

    O julgamento terminou em junho e aconteceu a portas fechadas na colônia penal IK-6, onde Navalny está detido, na cidade de Melekhovo, a leste de Moscou.

    A condenação desta sexta-feira prolonga o tempo de prisão de Navalny e levanta mais preocupações sobre a brutal repressão aos oponentes de Putin, que foi impulsionada desde o início da guerra na Ucrânia.

    Navalny está preso desde que retornou à Rússia, em janeiro de 2021, sob a acusação de violar termos de sua liberdade condicional em um caso envolvendo acusações de fraude, que ele rejeita dizendo haver motivações políticas.

    Desde então, houve preocupações sobre seu bem-estar. Navalny perdeu peso e sofre com dores no estômago desde o início deste ano, o que levou seus advogados a temerem que ele tivesse sido envenenado novamente.

    Em agosto de 2020, ele foi levado da Rússia para a Alemanha após ter sido envenenado com o composto químico da era soviética Novichok. Navalny chegou a ficar em coma em um hospital de Berlim, após ser transferido em um voo de emergência médica vindo da cidade siberiana de Omsk.

    Veja também: Rússia quer falar com Brasil para resolução da guerra

    Uma investigação conjunta da CNN e do grupo Bellingcat apontou a responsabilidade do Serviço Federal de Segurança (FSB) no envenenamento de Navalny, remontando como uma unidade de elite da agência russa acompanhou a equipe de Navalny durante uma viagem à Sibéria, quando ele adoeceu.

    A investigação também descobriu que esta unidade, que incluía especialistas em armas químicas, havia seguido Navalny em mais de 30 viagens de e para Moscou desde 2017.

    A Rússia nega envolvimento no envenenamento de Navalny. O próprio Putin disse, em dezembro de 2020, que se os serviços de segurança russos quisessem matar Navalny, eles “teriam terminado” o trabalho.

    Embora o foco das autoridades russas em Navalny seja anterior à invasão de Moscou na Ucrânia, o país reprimiu ainda mais dramaticamente a oposição interna e a liberdade de expressão desde o início da guerra.

    Uma lei ampliada e intencionalmente vaga sobre “agentes estrangeiros” entrou em vigor no final do ano passado, exigindo que organizações e indivíduos envolvidos em atividades políticas e recebendo financiamento do exterior sigam regras e restrições draconianas.

    A Rússia também restringiu o acesso ao Facebook, a muitos sites de notícias ocidentais e à mídia independente no país. Protestos pacíficos foram rapidamente encerrados e milhares presos após o início da guerra.

    E o governo adotou uma lei que criminaliza a divulgação do que chamou de informações “deliberadamente falsas” sobre as forças armadas russas, com pena máxima de 15 anos de prisão.

    Navalny, no entanto, tem sido um crítico contundente do conflito. No aniversário da guerra em fevereiro deste ano, ele a chamou de “uma guerra injusta de agressão contra a Ucrânia sob pretextos ridículos”.