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    Oposição na Argentina racha após “manipulação” do prefeito de Buenos Aires

    Horacio Rodríguez Larreta convocou eleições na capital federal para a mesma data do pleito nacional, trazendo discórdia entre seus aliados

    Da CNN Brasil*

    A oposição ao atual governo argentino, que trabalha na busca por um nome para as eleições presidenciais deste ano, entrou em polvorosa após a decisão do atual prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, de convocar eleições para Buenos Aires para a mesma data do pleito nacional.

    O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri declarou-se “profundamente desapontado” a decisão de Larreta. Ambos estão entre os nomes mais importantes da Juntos por el Cambio (JxC), grande coalisão de centro-direita que une desde partidos mais novos, como o Proposta Repúblicana (Pro) quanto legendas mais tradicionais, como a União Cívica Radial. Segundo a agência de notícias argentina Telán, um dos pontos da discórdia, além da data em coincidência, está no fato de que a capital federal adotará um sistema de votação diferente, a chamada Cédula Eletrônica Única.

    Larreta, aliás, vem sendo cotado como um dos nomes fortes da coalisão para ser o candidato à presidência. No lado governista, um novo nome deve ser escolhido, já que o atual mandatário, Alberto Fernández, tem sinalizado que não deve buscar a reeleição.

    Macri se pronunciou logo após a deputada e ex-governadora da Província de Buenos Aires, ter postado em sua conta no Twitter um texto mostrando grande descontentamento. “O PRO e o JvC que prometemos aos argentinos não é isso. Não há ambição pessoal que esteja acima dos nossos valores e da equipe. Somos a mudança ou não somos nada”.

    “Concordo com María Eugenia. Que profunda decepção”, escreveu Macri em sua conta na mesma rede social.

    Em março, Macri anunciou que será candidato à presidência. “Não serei candidato nas próximas eleições. E o faço convicto de que devemos ampliar o espaço político para a mudança que iniciamos”, disse. Apesar da decisão, ele continua atuando com aliados na busca por um nome de consenso. O que tem se tornado uma missão cada vez mais difícil.

    Mais críticas

    A líder do PRO, Patricia Bullrich, também não poupou críticas a Larreta. “Hoje ele manipulou as regras eleitorais na cidade de Buenos Aires quatro meses antes das eleições”, disse. Ela descreveu a decisão de Larreta como “um desperdício” e pediu para “cuidar do dinheiro das pessoas”.

    “Continuamos no caminho dos valores. Comigo, essas coisas não vão acontecer”, acrescentou a líder do setor mais duro do partido, denominado “os falcões”.

    Com o objetivo de apaziguar os ânimos dentro do partido, o próprio Larreta e o chefe da Casa Civil de Buenos Aires e candidato a prefeito daquela cidade, Jorge Macri, realizaram um encontro no Teatro Colón durante a tarde, que segundo fontes consultadas por Télam ocorreu “em boas relações”.

    O deputado Cristian Ritondo também criticou a iniciativa do prefeito de Buenos Aires, que disse nas redes: “Mudar as regras do jogo no último momento vai contra os princípios que sempre defendemos com o PRO. Não está certo.”

    Na mesma linha, o legislador portenho do PRO e chefe de campanha de Bullrich, Juan Pablo Arenaza, aludiu ao anúncio de Larreta e o chamou de “sem escrúpulos”.

    “Diga-me como você manipula as regras e eu direi o quão inescrupuloso você pode ser”, escreveu Arenaza em sua conta no Twitter.

    Defensores

    Uma mostra de que a decisão de Larreta dividiu fortemente a coalisão está no grande número de apoiadores à sua polêmica medida. Alguns líderes apoiaram publicamente a medida tomada pelo prefeito de Buenos Aires. Gerardo Morales, da União Cívica Radical, está entre eles.

    “Apoio a medida de Horacio Rodríguez Larreta. O voto eletrônico único beneficia os cidadãos da CABA (sigla oficial de Buenos Aires), garante a transparência e respeita o Código Eleitoral. Além disso, está de acordo com a definição do JxC de promover o voto único em todo o país”, explicou no Twitter.

    Martín Lousteau, candidato à prefeitura da capital pela legenda radicalista também se juntou à defesa da posição de Larreta. “Estamos em um nível de discussão ridículo, não entendo por que há tanta raiva, por que há tanta beligerância ou declarações tão altissonantes”, disse Lousteau em um diálogo com a Radio La Red.

    (Publicado por Fábio Nascimento)

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