Opinião: A nova inevitável realidade de Zelensky
Presidente ucraniano está preocupado que guerra de Israel desloque recursos para o Oriente Médio
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Horas depois de os integrantes do Hamas lançarem um ataque terrorista brutal contra civis israelenses, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, emitiu uma defesa feroz de Israel e uma condenação inequívoca do Hamas.
“O terrorismo é sempre um crime, não apenas contra um país ou vítimas específicas, mas contra a humanidade como um todo”, escreveu. Zelensky acrescentou que “o direito de defesa de Israel está fora de questão” – e pediu ao mundo em permanecer unido contra o terrorismo.
Alguns dias depois, dirigindo-se à Assembleia Parlamentar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), onde a Ucrânia tem sido foco desde que a Rússia a invadiu há cerca de 600 dias, Zelensky percebeu a nova realidade inevitável que seu país enfrenta.
“Hoje em dia, nossa atenção está voltada para o Oriente Médio”, declarou em videoconferência. “Ninguém poderá esquecer o que os terroristas fizeram em Israel”, disse.
Zelensky continuou apoiando Israel firmemente, apesar das relações muitas vezes tensas com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estabelecendo repetidas vezes a ligação entre o que o Hamas fez a Israel e o que a Rússia perpetrou contra a Ucrânia, e o massacre indiscriminado de civis ucranianos. Ele até pressionou os líderes da Otan a mostrarem apoio, viajando para Israel.
Enquanto assume uma posição de princípios, Zelensky – e o povo ucraniano – esperam, fervorosamente, que a nova crise de segurança mundial, a erupção de uma nova guerra no Oriente Médio, não se torne mais um obstáculo nos esforços da Ucrânia para resistir à invasão russa e o objetivo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de negar o direito da Ucrânia de existir como um país soberano.
Agora, a guerra entre Israel e o Hamas, que começou em 7 de outubro, aniversário de Putin, parece um presente para o autocrata, e os proeminentes russos estão abertamente satisfeitos com isso.
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Putin, que desenvolveu de forma ativa laços com o Hamas nos últimos anos, chamou-lhe de “um exemplo do fracasso da política dos Estados Unidos no Oriente Médio”. Os programas de televisão russos ridicularizaram os EUA e Israel, e um diplomata russo de alto escalão se gabou de como a Rússia se beneficiaria com o conflito.
Nas conversas com líderes regionais, Putin, cujos ataques na Ucrânia deixaram dezenas de milhares de vítimas civis, disse estar preocupado com “um aumento catastrófico no número de vítimas civis”.
O diplomata Konstantin Gavrilov disse ao jornal Izevestia que a crise teria um impacto direto na “operação militar especial” – a guerra de Putin contra a Ucrânia. “Os patrocinadores da Ucrânia estarão distraídos pelo conflito em Israel”, disse, e “a quantidade de ajuda militar diminuirá”. Como resultado, afirmou Gavrilov, “o curso da operação pode virar acentuadamente a favor [da Rússia]”.
Veja imagens do conflito entre Israel e Hamas
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas
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O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza
Crédito: REUTERS/Amir Cohen - 4 de 46
Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local
Crédito: Reprodução CNN - 5 de 46
Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino
Crédito: 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura - 8 de 46
Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
Crédito: 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa - 10 de 46
Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza
Crédito: Reuters - 11 de 46
Prédios destruídos na Faixa de Gaza
Crédito: Ahmad Hasaballah/Getty Images - 12 de 46
Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel
Crédito: Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images - 13 de 46
Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas
Crédito: REUTERS/Ronen Zvulun - 14 de 46
Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia
Crédito: Anadolu Agency via Getty Images - 15 de 46
As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza
Crédito: Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images - 16 de 46
Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7)
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7)
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa - 20 de 46
Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi - 21 de 46
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel.
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza
Crédito: 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem - 27 de 46
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel
Crédito: 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa - 28 de 46
Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura - 29 de 46
Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa - 31 de 46
Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
Crédito: 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi - 32 de 46
Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza
Crédito: 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem - 35 de 46
Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza
Crédito: 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen - 36 de 46
Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza
Crédito: Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images - 39 de 46
Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil
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Hospital atacado em Gaza
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Crédito: 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa - 44 de 46
Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis
Crédito: Ahmad Hasaballah/Getty Images - 45 de 46
Tanque de guerra israelense
Crédito: Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images - 46 de 46
Ataque de Israel contra Gaza
Crédito: 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
Autoridades norte-americanas se esforçam para negar que o apoio à Ucrânia sofrerá à medida que os EUA se mobilizam para apoiar Israel. O presidente Joe Biden diz que ambas as guerras são críticas para a segurança dos EUA, e o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, garantiu aos ministros da defesa da Otan que “podemos e iremos apoiar Israel, tal como apoiamos a Ucrânia”.
Essa é claramente a intenção da administração Biden, mas o caos na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, deixa o destino do dinheiro muito mais difícil, e os membros do Partido Republicano, embora apoiem fortemente Israel, estão divididos sobre a ajuda à Ucrânia.
Essa é mais uma fonte de satisfação para Putin e de ansiedade para Zelensky, com as forças ucranianas se preparando para o combate no inverno – e os civis se preparam para outro inverno de ataques russos.
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Os potenciais benefícios para a Rússia dos ataques do Hamas a Israel são tão evidentes que alguns especulam que Moscou estava envolvido, apontando para os fortes laços da Rússia com o Irã – o principal patrocinador do Hamas – para quase meia dúzia de visitas a Moscou de altos funcionários do Hamas desde 2020, ao fato de que o ataque ocorreu no aniversário de Putin, mesma data em que a jornalista russa Anna Politkovskaya, uma das críticas mais eficazes de Putin, foi assassinada em 2006, no que alguns acreditam ter sido um “presente” de aniversário para Putin (o Kremlin nega envolvimento).
O embaixador de Israel em Moscou disse a um jornal local: “Não acreditamos que a Rússia esteja envolvida de alguma forma”. A sugestão, disse o embaixador Alexander Ben Zvi, era “totalmente absurda”.
Na segunda-feira, enquanto os israelenses ainda combatiam com integrantes do Hamas dentro do país, um responsável do Hamas foi à televisão russa e destacou o apoio da Rússia. “Eles simpatizam conosco”, disse Ali Baraka, chefe das Relações Nacionais do Hamas, apontando para as relações mutuamente benéficas.
“A Rússia está feliz pelo fato dos Estados Unidos estar envolvida na guerra da Palestina”, disse. “Isso alivia a pressão sobre os russos na Ucrânia (…) para que não estejamos sozinhos no campo de batalha.”
Quem quer que tenha participado do treino, do planeamento e da execução do ataque terrorista do Hamas em Israel – um ataque no qual também mataram dezenas de cidadãos ucranianos e russos – não há dúvida de que a escalada das tensões no Oriente Médio, pelo menos a curto prazo, são fortemente favoráveis à campanha de Moscou contra a Ucrânia e criaram novos desafios extremamente sérios para Kiev.
“A Rússia”, escreveu Zelensky dois dias após o ataque, “está interessada em desencadear a guerra no Oriente Médio, para que uma nova fonte de dor e sofrimento possa minar a unidade mundial, aumentar a discórdia e as contradições, e, assim, ajudar a Rússia a destruir a liberdade na Europa”.
Até agora, a Otan tem-se mantido firme no apoio a Israel. Mas, assim como os terroristas contavam que a resposta de Israel provocasse uma contra-reação, alimentando o sentimento anti-Israel, a Rússia também poderia se beneficiar caso o público nos países membros da Otan se voltassem contra Israel e as divisões internas sangrassem na unidade da Otan.
Imagens mostram a destruição da guerra entre Rússia e Ucrânia
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Veja imagens que mostram a destruição da guerra na Ucrânia após cerca de um ano e meio de conflito
Crédito: 30/06/2023 REUTERS/Valentyn Ogirenko - 2 de 20
Vista mostra ponte Chonhar danificada após ataque de míssil ucraniano, em Kherson, Ucrânia
Crédito: 22/06/2023Líder da região de Kherson Vladimir Saldo via Telegram/Handout via REUTERS - 3 de 20
Casas inundadas em bairro de Kherson, Ucrânia, quarta-feira, 7 de junho de 2023.
Crédito: Felipe Dana/AP - 4 de 20
Prédio destruído em Mariupol, na Ucrânia
Crédito: 14/04/2022 REUTERS/Pavel Klimov - 5 de 20
Área residencial inundada após o colapso da barragem de Nova Kakhovka na cidade de Hola Prystan, na região de Kherson, Ucrânia, controlada pela Rússia, em 8 de junho.
Crédito: Alexander Ermochenko/Reuters - 6 de 20
Imagens de drone obtidas pelo The Wall Street Journal mostram soldado russo se rendendo a um drone ucraniano no campo de batalha de Bakhmut em maio.
Crédito: The Wall Street Journal - 7 de 20
Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut
Crédito: Vista área da cidade ucraniana de Bakhmut em imagem de vídeo15/06/202393rd Kholodnyi Yar Brigade/Divulgação via REUTERS - 8 de 20
Socorristas trabalham em casa atingida por míssil, em Kramatorsk, Ucrânia
Crédito: 14/06/2023Serviço de Imprensa do Serviço Estatal de Emergência da Ucrânia/Handout via REUTERS - 9 de 20
A cidade de Velyka Novosilka, na linha de frente, carrega as cicatrizes de um ano e meio de bombardeios.
Crédito: Vasco Cotovio/CNN - 10 de 20
Crateras e foguetes não detonados são uma visão comum na cidade de Velyka Novosilka, que foi atacada pelas forças russas.
Crédito: Vasco Cotovio/CNN - 11 de 20
Policial ucraniano dentro de cratera perto do edifício danificado por drone russo.
Crédito: Reprodução/Reuters - 12 de 20
Rescaldo de um ataque de míssil russo na região de Zhytomyr
Crédito: Bombeiros trabalham em área residencial após ataque de míssil russo na cidade de Zviahel, Ucrânia09/06/2023. Press service of the State Emergency Service of Ukraine in Zhytomyr region/Handout via REUTERS - 13 de 20
Danos à barragem de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, são vistos em uma captura de tela de um vídeo de mídia social.
Crédito: Telegram/@DDGeopolitics - 14 de 20
Vista da ponte destruída sobre o rio Donets
Crédito: Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images - 15 de 20
Ataque com míssil mata criança de 2 anos e deixa 22 pessoas feridas na Ucrânia, diz governo
Crédito: Ministério da Defesa da Ucrânia/Divulgação/Twitter - 16 de 20
Foto tirada por ucraniana após ataques com drones russos contra Kiev. Drones foram abatidos, mas destroços provocaram estragos.
Crédito: Andre Luis Alves/Anadolu Agency via Getty Images - 17 de 20
Morador local de pé em frente a prédio residencial fortemente danificado durante o conflito Rússia-Ucrânia, no assentamento de Toshkivka, região de Luhansk, Ucrânia controlada pela Rússia
Crédito: 24/03/2023REUTERS/Alexander Ermochenko - 18 de 20
Soldados ucranianos disparam artilharia na linha de frente de Donetsk em 24 de abril de 2023.
Crédito: Muhammed Enes Yildirim/Agência Anadolu/Getty Images - 19 de 20
Ataque de mísseis russos atingem prédio residencial em Uman, na região central da Ucrânia
Crédito: Reuters - 20 de 20
Vista aérea da cidade ucraniana de Bakhmut capturada via drone
Crédito: 15/04/2023 Adam Tactic Group/Divulgação via REUTERS
A Ucrânia tem aproveitado o apoio do Ocidente, que tem se unificado, na opinião dele, de que a Rússia iniciou uma guerra de conquista, claramente fora dos limites do direito internacional e das normas internacionais modernas.
Para derrotar a Rússia e salvar a Ucrânia, Zelensky precisa de apoio contínuo, especialmente dos EUA, o país com o maior e mais poderoso arsenal do mundo.
A questão é se esse arsenal, e o reservatório de boa vontade para a Ucrânia, podem resistir não só à disfunção que assola o Partido Republicano dos EUA – mas também ao compromisso norte-americano de apoiar Israel, de longe o aliado mais importante naquela região, que continua sendo a mais volátil do mundo, o Oriente Médio.
Essas duas guerras, entre a Rússia e a Ucrânia e entre Israel e o Hamas, são muito diferentes. As circunstâncias de cada conflito e os principais personagens são muito diferentes. Mas é notável que, em ambos os casos, o lado que lançou o ataque tenha perseguido descaradamente civis, violando leis da guerra, e atacado países democráticos – por mais imperfeitos que fossem.
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E ambos – o Hamas e a Rússia – têm sido dirigidos por líderes autocráticos que negam aos inimigos o direito de viver em um país soberano. Que ambos são aliados do Irã autocrata e que ambos acumularam poder desmantelando qualquer aparência de democracia internamente e até matando rivais internos (eles negam, mas as evidências são amplas).
Outro paralelo é que esses dois conflitos têm o potencial de se espalharem de forma catastrófica.
E, em ambos os casos, o lado que foi atacado – Israel e a Ucrânia – merece apoio contínuo no caminho para derrotar os inimigos que minam a estabilidade global.