ONU quer fazer investigação própria sobre explosão em hospital de Gaza, diz representante
Autoridades em Gaza culparam Israel, enquanto o país afirma que a causa foi um lançamento de um foguete pela Jihad Islâmica que não deu certo; grupo armado nega autoria
Um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma investigação própria das Nações Unidas sobre as circunstâncias que envolveram a explosão em um hospital de Gaza na terça-feira (17).
“A ONU certamente irá querer fazer a sua própria investigação, e isso deve ser feito muito em breve e muito rapidamente”, disse o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths, a Christiane Amanpour, da CNN.
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Centenas de pessoas morreram na explosão no Hospital Batista Al-Ahli, no centro da cidade de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
As autoridades em Gaza culparam Israel, enquanto o país afirmou que sua inteligência indicou que a causa foi um lançamento de um foguete pela Jihad Islâmica que não deu certo. O grupo armado negou isso.
Os Estados Unidos acreditam que Israel “não é responsável” pela explosão, de acordo com o Conselho de Segurança Nacional. A CNN não pôde confirmar de forma independente o que causou a explosão nem o número de vítimas.
Questionado sobre se as provas apresentadas até agora por Israel para sustentar sua alegação significavam que o assunto estava resolvido, Griffiths pontuou: “Isso não acabou para mim, porque não estou na área de julgar abusos dos direitos humanos e atrocidades desse tipo”.
Uma investigação da ONU poderia permitir aprender lições importantes, acrescentou, “para impedir que isso aconteça no próximo hospital, na próxima escola, na próxima instituição para onde as pessoas estejam fugindo”.
Griffiths também destacou que as Nações Unidas estão prontas para fornecer ajuda humanitária e apelou ao fim dos ataques aéreos em áreas onde o acesso era necessário.
“O direito humanitário internacional proíbe ataques aéreos em locais com instalações civis e infraestruturas civis. É a segurança da ajuda, que é tão importante quanto a sua fiabilidade. Podemos fazê-lo, porque temos a ajuda, temos as pessoas, temos os caminhões e certamente temos vontade”, ponderou.