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    ONU faz apelo por controle mais rígido de armas enviadas ao Haiti

    Relatório indica 13 mortes violentas por dia no país caribenho

    Sarah Morlandda Reuters

    O Haiti viu quase 13 pessoas mortas em média todos os dias este ano, de acordo com dados de um relatório das Nações Unidas divulgado nesta sexta-feira (27), que pedia controles mais rígidos sobre o tráfico de armas, entre outras medidas, à medida que uma guerra de gangues leva ao agravamento da crise humanitária.

    Pelo menos 3.451 pessoas foram mortas desde janeiro, de acordo com um relatório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos publicado dias antes de um mandato da força de segurança da ONU que dá apoio à polícia haitiana expirar.

    “Não devem ser perdidas mais vidas devido a esta criminalidade sem sentido”, disse o comissário Volker Turk num comunicado.

    O Haiti solicitou inicialmente a missão em 2022 e esta foi aprovada há um ano, mas apenas uma fração das tropas prometidas por um punhado de nações foi mobilizada e o financiamento continua escasso. O Haiti pediu à ONU considerar transformá-la numa missão formal de manutenção da paz para garantir fundos e capacidade estáveis.

    Turk disse que está claro que a missão precisa de “equipamento e pessoal adequados e suficientes para combater as gangues criminosas de forma eficaz e sustentável, e impedir que elas se espalhem ainda mais e causem estragos na vida das pessoas”.

    O primeiro destacamento da missão em junho levou os gangues a recrutar um grande número de crianças para as suas fileiras, afirma o relatório. Além disso, perto de 100 crianças foram mortas até agora este ano – algumas em ataques de gangues e outras em operações policiais, segundo o relatório.

    A violência espalhou-se para além da capital, alimentada pelo tráfico de armas, principalmente dos Estados Unidos, mas também da República Dominicana e da Jamaica, que persistiu apesar do embargo internacional de armas.

    O relatório disse que espaços aéreos, litorais e fronteiras porosas mal monitorados estavam permitindo que gangues obtivessem armas de alto calibre, drones, barcos e “um suprimento aparentemente infinito de balas”.

    O número de pessoas deslocadas internamente devido à violência quase duplicou nos últimos seis meses, para mais de 700.000, enquanto se estima que cerca de 1,6 milhão de pessoas enfrentam insegurança alimentar de emergência, o pior nível antes da fome.

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