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    ONU vota nesta quarta (12) a condenação de anexações feitas pela Rússia

    Representantes das Nações Unidas começaram na segunda-feira (10) o debate sobre a resolução que condenaria os "chamados referendos ilegais" do Kremlin e a "tentativa ilegal de anexação"

    Renata Souzada CNN , em São Paulo

    A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) deve votar nesta quarta-feira (12) a condenação da Rússia pela anexação de territórios na Ucrânia.

    Representantes das Nações Unidas começaram na segunda-feira (10) o debate sobre a resolução que condenaria os “chamados referendos ilegais” da Rússia e a “tentativa ilegal de anexação”.

    No primeiro dia de assembleia, 107 dos 193 países-membros votaram a favor da realização de uma votação pública –e não secreta, como pediram os russos.

    Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou a anexação de quatro regiões parcialmente ocupadas na Ucrânia: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia. A anexação foi anunciada após autoridades apoiadas pela Rússia realizarem espécies de referendos nos territórios. A Ucrânia e aliados denunciaram os votos como ilegais e coercitivos.

    Na ocasião, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para votar a condenação da medida, mas o Kremlin vetou a resolução. Brasil, China, Índia e Gabão se abstiveram de votar.

    Na assembleia-geral, porém, não há vetos permitidos e as abstenções não contam para a contagem final.

    A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse nesta terça-feira (11) que os EUA observarão quais países estarão ao lado da Rússia na votação.

    Escalada de tensão

    Ainda na segunda-feira, a Rússia disparou mísseis de longo alcance contra cidades da Ucrânia, matando civis e desligando instalações de energia e calor.

    As explosões atingiram a capital ucraniana, Kiev, com a maior intensidade desde o início do confronto, além das regiões de Lviv, Ternopil e Zhytomyr, no oeste da Ucrânia; Dnipro e Kremenchuk, no centro; Zaporizhzhia, no sul; e Kharkiv, no leste.

    O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, chegou a acusar Moscou de ter cometido crimes de guerra ao mirar deliberadamente instalações de energia para promover “condições insuportáveis ​​para os civis”.

    Segundo Putin, os mísseis foram detonados em vingança a ataques ucranianos, que incluíram a destruição de uma ponte que liga o território russo à Crimeia.

    Em uma reunião emergencial nesta terça-feira, os líderes do G7 — grupo formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos — condenaram os ataques.

    “Condenamos esses ataques nos termos mais fortes possíveis e lembramos que ataques indiscriminados a populações civis inocentes constituem um crime de guerra”, disseram em comunicado.

    O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou das conversas e pediu que os esforços para “criar um escudo aéreo” sobre o seu território sejam intensificados.

     

    *Com informações de Anna Chernova, Richard Roth, Tim Lister e Léo Lopes, da CNN, e Jonathan Landay e Max Hunder, da Reuters

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