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    ONU: Chefe de direitos humanos divulga violação chinesa contra minoria muçulmana

    Michelle Bachelet deixa alto comissariado da organização nesta quarta-feira (31), após entregar relatório

    Jorge Engelsda CNN

    Contra a vontade da China, a chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, divulgou na quarta-feira (31) um relatório muito esperado sobre o tratamento da China aos uigures e outros povos minoritários muçulmanos em sua região noroeste de Xinjiang.

    O relatório conclui que “graves violações de direitos humanos foram cometidas” na região, o que atribui à “aplicação de estratégias de contraterrorismo e contra-‘extremismo'” de Pequim contra os uigures e outras comunidades principalmente muçulmanas.

    “As alegações de padrões de tortura ou maus-tratos, incluindo tratamento médico forçado e condições adversas de detenção, são críveis, assim como as alegações de incidentes individuais de violência sexual e de gênero”, diz o documento.

    A China se opôs à divulgação do relatório. Em sua resposta ao documento, a missão de Pequim na ONU em Genebra disse que o relatório é baseado em “desinformação e mentiras” e “distorce” as leis e políticas da China.

    “Todos os grupos étnicos, incluindo os uigures, são membros iguais da nação chinesa. Xinjiang tomou medidas para combater o terrorismo e o extremismo de acordo com a lei, efetivamente restringindo as ocorrências frequentes de atividades terroristas”, diz a resposta em parte.

    O relatório vem quatro anos depois que um comitê de especialistas das Nações Unidas chamou a atenção para “relatos confiáveis” de que mais de 1 milhão de uigures e outros povos de minorias muçulmanas foram internados em campos extrajudiciais em Xinjiang, no noroeste da China, para “reeducação” e doutrinação.

    A China inicialmente negou a existência dos campos, depois disse que havia estabelecido “centros de educação e treinamento vocacional” como forma de combater o “extremismo”. Pequim chamou as alegações de violações de direitos, genocídio e trabalho forçado na região de “a mentira do século”.

    Em maio, durante a viagem oficial de Bachelet à China — a primeira de uma alta autoridade de direitos humanos da ONU em 17 anos, pela qual ela acabou enfrentando duras críticas — ela disse que o governo lhe garantiu que o sistema de “educação profissional e centro de treinamento” havia sido ” desmontado.”

    O relatório foi divulgado no final do último dia de mandato de Bachelet.

    *Esta é uma história em desenvolvimento

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