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    ONGs alertam para efeitos da pandemia em quem busca asilo na Europa

    Desde que as quarentenas foram impostas na Europa, apenas um voo trazendo refugiados foi aceito no Reino Unido

     

    Enquanto governos do mundo todo enfrentam o novo coronavirus, que forçou medidas como confinamento, fechamento de economias e controles de fronteiras, os campos de refugiados são uma realidade ainda mais dura para milhares de pessoas que fogem de conflitos e da pobreza em seus países de origem.

    Mesmo durante a pandemia, os imigrantes continuam a se arriscar nas perigosas viagens de barco até a costa do Mediterrâneo. Segundo a Agência da ONU para Refugiados, só neste ano mais de 25.600 pessoas chegaram pelo mar em países como Espanha, Itália, Grécia, Chipre e Malta. A maioria vem da Síria e do Afeganistão. Impedidos de desembarcar, os estrangeiros acabam passando semanas isolados em barcos superlotados.

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    Desde que começou a pandemia, os pedidos de asilo na Europa caíram para o nível mais baixo em mais de uma década. Entre fevereiro e abril deste ano, a diferença foi de 86%. Com as fronteiras bloqueadas, os governos suspenderam ou limitaram os serviços de imigração. O problema afeta principalmente as crianças, que podem passar meses sozinhas até conseguirem reencontrar as famílias. 

    Só na Grécia, cinco mil menores desacompanhados estão atualmente em campos ou abrigos temporários parta refugiados. De acordo com as ONGs, eles vivem sem acesso adequado a educação e saúde, e agora ainda enfrentam o isolamento e os riscos da epidemia.

    Desde que as quarentenas foram impostas na Europa, apenas um voo trazendo refugiados foi aceito no Reino Unido. Quarenta e sete pessoas consideradas vulneráveis, entre elas 23 crianças, foram autorizadas a se juntar a parentes que já viviam em território britânico.

    Um número muito pequeno, segundo Caterina Franchi, advogada da ONG Safe Passage, que ajuda crianças refugiadas. “Como resultado da pandemia, há muitas barreiras para que as crianças possam se reunir com seus parentes no Reino Unido. Isso porque os escritórios de asilo foram fechados. Elas não podem encontrar seus advogados pela mesma razão. Muitas crianças tiveram seus voos cancelados. Finalmente, depois de meses de espera, disseram-lhes que elas seriam transferidas para o Reino Unido para se encontrar com seus irmãos, mães, quem quer que fosse, e então o voo foi cancelado por tempo indeterminado. E isso tem um impacto muito negativo na saúde mental, porque elas permanecem em refúgio”, explica Caterina.

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