Ocidente quer desmembrar a Rússia em dezenas de países, diz Putin
Presidente russo também acusou Europa de manter uma “mentalidade neocolonialista” e enfatizou perfil “multiétnico” de seu país, que pode ser alvo de novas sanções por parte dos países do G7
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez seu já esperado pronunciamento a respeito do encontro do G7, que reúne as potências Ocidentais e o Japão, e que acontece na cidade de Hiroshima. Em pronunciamento nesta sexta-feira (19), ele acusou esses governos de tentar esfacelar seu país em vários pedaços diferentes e falou em “mentalidade neocolonialista”.
“Nossos oponentes decidiram que a multietnia da Rússia é seu ponto fraco e estão fazendo de tudo para nos dividir”, disse ele durante reunião do Conselho de Relações Interétnicas, segundo a agência Tass.
“Vemos a extensão da pressão externa agressiva que está sendo exercida sobre a Rússia e toda a nossa sociedade agora. Praticamente todo o arsenal – econômico, militar, político, informativo – é dirigido contra nós, e uma propaganda antirussa mais poderosa foi implantada (…) Os ataques à nossa história, cultura e valores morais não pararam”, disse o presidente.
Putin se pronunciou de forma jocosa aos países do G7, que se posicionaram contra a invasão da Ucrânia, ocorrida em fevereiro do ano passado. Desde então essas e outras nações têm imposto uma série de sanções econômicas e políticas à Rússia, além de apoiar Kiev com armas e munições. “As pessoas sendo guiadas por essa mentalidade neocolonial – elas são realmente idiotas e ficariam em segundo lugar na competição de idiotas. Por que segundo? Porque são idiotas.”
O presidente russo acredita que os Estados Unidos e a Europa querem dividir o país em dezenas de Estados diferentes e, para isso, tenta criar uma divisão entre diferentes grupos étnicos e nacionais na Rússia.
Putin afirmou que quanto mais sanções o Ocidente aplica à Rússia, maior o nível de coesão dentro da sociedade russa, ele destacou ainda o fator multiétnico do país como um de seus pontos fortes.
“Nossos adversários que mencionei, as pessoas com uma mentalidade neocolonial não conseguem perceber que essa diversidade é exatamente o que nos torna mais fortes”, disse o chefe de Estado.
A cúpula do G7 se reúne em Hiroshima, no Japão, nesta sexta-feira e seguirá até o domingo, quando se espera a presença do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro que agrega algumas das maiores economias do mundo vai ser permeado por discussões acerca da invasão da Rússia ao território ucraniano.
Em informe publicado na quinta-feira, o G7 e “continuará a promover fortemente sanções contra a Rússia e apoio à Ucrânia”.