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    Objetivo de Putin é retirar Zelensky e instalar governo pró-Rússia, diz professor

    Felipe Loureiro explica que recuo das forças russas só deve acontecer se os custos da guerra forem significativos domesticamente e internacionalmente

    Douglas Portoda CNN* , em São Paulo

    O professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) Felipe Loureiro declarou, nesta quarta-feira (2), em entrevista à CNN, que o objetivo central do presidente russo Vladimir Putin com a guerra é retirar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, do poder e instalar um governo pró-Rússia.

    “O Putin quando invadiu a Ucrânia sabia que havia riscos muito grandes. O objetivo central da Rússia nesse conflito é retirar o governo do Zelensky do poder e instalar um governo pró-Rússia. É basicamente criar uma Belarus número 2, um [Aleksandr] Lukashenko para chamar de seu dentro da Ucrânia”, afirmou Loureiro.

    Para que aconteça um recuo das forças russas, o professor explica que “os custos da guerra tem que ser muito significativos domesticamente e internacionalmente”. Em sua opinião, “isso ainda está muito longe” de ser realidade.

    “Na medida em que fica difícil o controle das cidades com uma estratégia militar minimalista, porque nessa primeira semana, por mais que a gente tivesse mortes de civis, ainda percebemos uma certa contenção das forças armadas russas em jogar todo seu poder de fogo para amedrontar a população ucraniana.”

    “O perigo, eu acho que é essa a tendência dos próximos dias, é que a guerra entre em uma fase que a Rússia comece a atacar as grandes de uma maneira mais indiscriminada, em que tenhamos mortos e feridos civis com maior proporção, com efeito do ponto de vista da crise de refugiados”, continuou.

    A Rússia já sofreu uma série de sanções internacionais após a invasão da Ucrânia. Os bancos russos selecionados foram excluídos, no sábado (26), do sistema global de pagamentos, o Swift. A medida foi realizada por líderes da Comissão Europeia, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e EUA.

    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou, na terça-feira (1º), em seu primeiro discurso de Estado da União, o fechamento do espaço aéreo do país para a Rússia.

    O Departamento de Tesouro dos EUA, por meio do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), proibiu, na segunda-feira (28), que cidadãos norte-americanos se envolvam em transações com o Banco Central, o Fundo Nacional de Riqueza e o Ministério das Finanças da Rússia.

    Ainda foram impostas sanções e bloqueios ao Fundo de Investimento Direto russo e ao seu CEO Kirill Dmitriev.

    Além disso, outras punições foram impostas ao país pelos EUA. Algumas se estendem a Belarus. Confira:

    • Limitar a capacidade da Rússia de fazer negócios em dólares, euros, libras e ienes;
    • Limitar capacidade de financiar e aumentar as forças armadas russas;
    • Prejudicar sua capacidade de competir na economia de alta tecnologia do século 21;
    • Sanções contra bancos russos que juntos detêm cerca de US$ 1 trilhão em ativos;
    • Cortar a maior instituição financeira da Rússia, o Sberbank, e 25 de suas subsidiárias do sistema financeiro dos EUA. O Sberbank detém quase um terço dos ativos gerais do setor bancário russo;
    • “Sanções de bloqueio total” contra o VTB Bank, segundo maior banco da Rússia, e 20 de suas subsidiárias;
    • “Sanções de bloqueio total” contra três outros grandes bancos russos: Bank Otkritie, Sovcombank OJSC e Novikombank;
    • Cortar 13 grandes empresas estatais de levantar dinheiro do mercado dos EUA. A lista inclui: Sberbank, AlfaBank, Credit Bank of Moscow, Gazprombank, Russian Agricultural Bank, Gazprom, Gazprom Neft, Transneft, Rostelecom, RusHydro, Alrosa, Sovcomflot e Russian Railways;
    • Sanções às elites russas e familiares. A lista: Sergei Ivanov (e seu filho, Sergei), Andrey Patrushev (e seu filho Nikolai), Igor Sechin (e seu filho Ivan), Andrey Puchkov, Yuriy Solviev (e duas empresas imobiliárias que ele possui), Galina Ulyutina e Alexandre Vedyakhin;
    • Sanções a 24 pessoas e empresas bielorrussas. Isso inclui “dois importantes bancos estatais bielorrussos, nove empresas de defesa e sete autoridades e elites ligadas ao regime”.

    (*Com informações de Tiago Tortella, da CNN)

     

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