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    O que você precisa saber sobre o esquema de “eleitores falsos” de Donald Trump

    Ação foi supervisionada por integrantes da campanha de reeleição, comandada pelo advogado do ex-presidente, Rudy Giuliani

    Marshall Cohenda CNN

    Nas últimas semanas, mais detalhes sobre como o ex-presidente Donald Trump tentou fazer uma reviravolta nas eleições de 2020 vieram à tona, especificamente sobre um esforço de sua campanha para subverter o processo do colégio eleitoral e instalar falsos eleitores do partido Republicano em sete estados-chave (os estados “pêndulo”).

    A situação está longe de ser autoexplicativa. Envolve leis antigas que regem o processo de transição presidencial e um esforço nos bastidores dos aliados de Trump para explorar as fraquezas do sistema para que ele pudesse permanecer no cargo.

    Isso tudo aconteceu há mais de um ano, mas ainda é extremamente relevante, porque tanto os promotores estaduais quanto os federais estão investigando o assunto.

    Aqui está um resumo do que você precisa saber sobre a trama dos “falsos eleitores”:

    Sobre o que estamos falando?

    Esta foi uma tentativa de integrantes da campanha de Trump, liderados pelo então advogado do empresário, Rudy Giuliani, de subverter o processo do colégio eleitoral. Em linguagem simples, esta foi uma espécie de tentativa de golpe.

    Os eleitores vão às urnas em novembro, mas esse é apenas o primeiro passo de um processo complicado para escolher formalmente o próximo presidente e iniciar a transferência de poder. Esse é o colégio eleitoral.

    O que são os eleitores?

    O colégio eleitoral é composto por 538 eleitores individuais – pessoas de todos os 50 estados e do Distrito de Columbia -, que representam o voto popular em cada estado. Quando um candidato ganha um estado, sua chapa de eleitores designada pode participar do processo do colégio eleitoral.

    Este grupo de eleitores se reúne na Câmara do estado em uma data designada, em dezembro. Eles assinam certificados, oficialmente votando para presidente. Este é um processo cerimonial, e o resultado é essencialmente uma conclusão antecipada – em casos muito raros, um eleitor fica “infiel”, votando em alguém que não seja o candidato que ganhou o voto popular em seu estado.

    Os estados têm números diferentes de eleitores, a depender do tamanho de sua população. O candidato ganha quando tiver 270 votos no colégio eleitoral.

    Os aliados de Trump tentaram suplantar os eleitores autênticos do presidente Joe Biden com falsos eleitores republicanos em sete estados-chave, que teoricamente poderiam ter jogado toda a eleição para Trump.

    Quem organizou este esquema?

    A CNN Internacional informou na semana passada que o esquema foi supervisionado por integrantes da campanha de Trump, liderados por Giuliani. Isso não foi algo orgânico que aconteceu do nada em nível estadual.

    De acordo com a reportagem da CNN, houve várias ligações de planejamento entre funcionários da campanha de Trump e agentes estaduais do partido Republicano, e Giuliani participou de pelo menos uma ligação.

    A campanha do então presidente alinhou apoiadores para preencher vagas de eleitores, garantiu salas de reunião para os falsos eleitores se reunirem em 14 de dezembro de 2020 e circulou rascunhos de certificados falsos que eles assinaram posteriormente.

    O que os falsos “eleitores” fizeram?

    O grupo pró-Trump essencialmente fingiu fazer todas as coisas que os verdadeiros eleitores são obrigados a fazer, conforme previsto na Constituição. Mas isso era fachada. Foi um golpe de relações públicas. A CNN informou anteriormente que os aliados de Trump esperavam obter cobertura na rede de direita OAN.

    Os apoiadores de Trump se reuniram em sedes estaduais, ou nas proximidades, e assinaram certificados que usavam linguagem semelhante aos reais, proclamando seus votos para presidente e vice-presidente.

    Mas esses certificados falsos não serviram para nenhum propósito legal. Qualquer um pode digitar o que quiser no Microsoft Word e fazê-lo parecer oficial com uma cerimônia de assinatura. Mas isso não o torna real.

    Por que a equipe Trump fez isso?

    Os falsos eleitores nesses estados foram peões em um plano maior – que Trump apoiou em público e privado – para derrubar os resultados das eleições de 2020 e roubar um segundo mandato.

    O plano deles era que o então vice-presidente Mike Pence expulsasse os eleitores autênticos de Biden e os substituísse pelos eleitores do partido Republicano em 6 de janeiro – dia do ataque ao Capitólio -, enquanto ele presidia a sessão conjunta do Congresso para contar os votos eleitorais.

    Pence se recusou a seguir com o plano, dizendo que violava a Constituição. Uma série bipartidária de juristas concordaram com o raciocínio de Pence.

    Os aliados de Trump envolvidos no esquema negaram irregularidades. Alguns disseram que fizeram isso para preservar todas as possíveis opções legais para seu candidato, não importa o quão improvável fosse a vitória.

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    Alguém cometeu um crime?

    É possível. Especialistas jurídicos disseram que os eleitores do partido Republicano que enviaram os certificados falsos ao Arquivo Nacional, ou qualquer pessoa que facilitou a trama, podem estar vulneráveis ​​a processos.

    Em um artigo recente sobre a situação, o The New York Times disse que alguns crimes em potencial podem incluir falsificação de documentos de votação, fraude postal ou potencialmente uma conspiração para defraudar os Estados Unidos.

    Alguém está investigando?

    Os procuradores-gerais dos sete estados com eleitores falsos disseram que estão cientes dos relatórios e analisam o assunto sob a lei estadual. Alguns encaminharam o assunto ao Departamento de Justiça, porque se trata de uma eleição federal, e aconteceu em vários estados.

    A vice-procuradora-geral Lisa Monaco disse à CNN em uma entrevista exclusiva que o Departamento de Justiça recebeu as referências e que “nossos promotores estão analisando isso e não posso dizer mais nada sobre a investigação em andamento”.

    Essa é provavelmente a última vez que ouviremos deles por um tempo.

    Os promotores federais costumam ser muito lacônicos sobre assuntos em andamento. Porém, a procuradora-geral de Michigan, Dana Nessel, democrata, disse publicamente que está “confiante de que temos evidências suficientes para acusar” as pessoas sob a lei estadual por “falsificação de registro público” e outros crimes.

    Mas ela também disse que vai esperar para ver o resultado da investigação federal antes de prosseguir.

    O procurador-geral da Pensilvânia, Josh Shapiro, também democrata, disse que concluiu que as acusações não eram justificadas. Os eleitores do partido Republicano no estado de Keystone usaram uma linguagem legal protegida em seu certificado falso.

    Ao contrário dos outros estados, que alegaram nos documentos serem eleitores reais, o grupo da Pensilvânia disse que seriam eleitores à espera se os desafios legais de Trump prevalecessem.

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