O que se sabe sobre operação de Israel que matou Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas
Forças de Defesa de Israel informaram que assassinato aconteceu na quarta (16)
As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que o líder máximo do Hamas, Yahya Sinwar, foi morto na quarta-feira (16) após uma “perseguição de um ano”.
As autoridades informaram que o Exército israelense tem operado no sul da Faixa de Gaza nas últimas semanas seguindo informações de inteligência, que indicaram as localizações suspeitas de integrantes importantes do Hamas.
“Soldados das FDI da 828ª Brigada (Bislach) que operam na área identificaram e eliminaram três terroristas. Após concluir o processo de identificação do corpo, pode-se confirmar que Yahya Sinwar foi eliminado”, conclui a nota.
As forças israelenses encontraram Sinwar durante uma operação militar de rotina, segundo duas fontes israelenses à CNN.
Sinwar foi morto em Rafah; tanque participou da operação
Yahya Sinwar foi morto em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, perto de onde os corpos de seis reféns foram recuperados em setembro, disse um porta-voz do Exército israelense.
Doron Spielman pontuou à CNN que tropas terrestres e de tanques israelenses estavam na área, pois acreditavam que “comandantes terroristas muito seniores”, incluindo Sinwar, estavam na região.
Essas tropas foram atacadas, revidando com um tanque, disse ele. Mais tarde, quando foram inspecionar o prédio, perceberam que Sinwar estava entre os escombros.
O líder do Hamas foi encontrado ao lado de três pessoas, informou Spielman, “uma das quais é uma pessoa que esteve ao seu lado o tempo todo, que é o comandante do batalhão da brigada Khan Younis. Ele também foi morto naqueles escombros”. O porta-voz não forneceu o nome do comandante do Hamas.
“Todo o objetivo de nossa operação nesta área foi forçar Sinwar e outros comandantes a saírem de seus bunkers usando informações muito precisas em certas áreas”, explicou.
“Estávamos tentando forçá-lo — neste caso, funcionou — a subir ao solo, movendo-o para que cometessem um erro”, acrescentou Spielman.
Fonte diz que Sinwar morreu em Rafah
Uma fonte afirmou à CNN que Sinwar foi morto na área da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, o que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pareceu confirmar em um discurso nesta quinta-feira.
“Insistimos, diante de todas as pressões, em entrar em Rafah, o reduto fortificado do Hamas onde Sinwar e muitos dos assassinos se esconderam”, pontuou Netanyahu.
Israel vai “perseguir e eliminar” seus inimigos
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que o país vai “perseguir e eliminar” seus inimigos. A declaração aconteceu enquanto os militares israelenses analisavam se Sinwar havia sido morto.
“Nossos inimigos não podem se esconder. Nós os perseguiremos e eliminaremos”, escreveu Gallant.
Quem é Yahya Sinwar?
Figura de longa data no Hamas, Yahya Sinwar nasceu em 1962 em um campo de refugiados em Khan Younis, no sul de Gaza.
Ele foi responsável pela construção do braço militar do grupo antes de formar novos laços importantes com as potências árabes regionais como líder civil e político.
Sinwar foi eleito para o principal órgão de decisão do Hamas, o Politburo, em 2017, como líder político do Hamas em Gaza.
No entanto, desde então tornou-se o líder de fato do Politburo, de acordo com uma pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês).
Ele foi designado terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA desde 2015 e foi sancionado pelo Reino Unido e pela França.
Saiba mais sobre quem foi Yahya Sinwar através desta matéria.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.