Número de ucranianos que precisam de ajuda humanitária triplicou, diz ONU
Porta-voz do escritório humanitário da ONU, Saviano Abreu, afirmou à CNN Rádio que a quantidade de recursos necessários para atender necessidades básicas das vítimas da guerra, é calculada em US$ 4,3 bilhões
Quatro dias depois que a guerra na Ucrânia começou, em 24 de fevereiro, a Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo por US$ 1,7 bilhão para garantir serviços de assistência e proteção aos ucranianos. Quase seis meses depois, esse pedido aumentou e chegou a US$ 4,3 bilhões.
Em entrevista à CNN Rádio, o porta-voz do escritório humanitário da ONU, Saviano Abreu, que está em Kiev desde março, explicou que o montante acompanha o crescimento da população vulnerável na Ucrânia.
“A guerra continua, o impacto na situação humanitária do país continua e continua forçando as pessoas a deixarem suas casas e fugirem”, afirmou.
“O número de pessoas [que precisavam de ajuda no começo da guerra] é um terço do que as que precisam atualmente”, disse. Essas pessoas, segundo ele, precisam de alimentos, água potável e abrigo — itens que são garantidos por meio dessas doações.
O porta-voz da ONU afirmou que 60% do dinheiro já está financiado por governos e por cidadãos comuns. No entanto, Abreu demonstrou preocupação com o futuro.
“A guerra começa a sair do radar, a deixar de ser os principais títulos dos meios de comunicação. Precisamos continuar recebendo ajuda humanitária para essas pessoas, que estão em uma situação desesperadora”, disse.
Questionado sobre como está o dia a dia em Kiev, atualmente, Abreu contou que a situação está mais calma hoje em dia, mas que ainda há dias de tensão, com alertas de ataques de mísseis. Na próxima quarta-feira, 24, data em que o conflito com a Rússia completa 6 meses, é comemorado o Dia da Independência da Ucrânia. Por isso, há o receio de que a capital do país sofra novos ataques.
“Hoje mesmo eu não pude ir ao trabalho por causa disso, por causa dos alertas de mísseis. Até agora foram três ou quatro”, contou Abreu. Os alertas devem durar até o fim da semana. “Essa semana é complicada, mas no dia a dia, é possível ter uma vida normal, desde que tome alguns cuidados para o caso de ter algum ataque.”
Saviano Abreu relatou que há outras cidades, principalmente, no oeste da Ucrânia, que estão voltando à normalidade. Outras, por outro lado, não conseguem ter isso ainda. “A situação no leste e no sul do país continua muito complicada.”