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    Novo presidente do Chile precisará dialogar com o centro, diz especialista

    Em entrevista à CNN, a professora de Relações Internacionais, Regiane Bressan, destaca que Gabriel Boric terá que maneirar discurso para garantir governabilidade com o Parlamento

    Léo LopesLayane Serranoda CNN , em São Paulo

    Neste domingo (19), o Chile elegeu como presidente mais jovem de sua história o deputado e ex-líder estudantil Gabriel Boric, de esquerda.

    Ele venceu as eleições com 55,87% dos votos válidos e quase um milhão de eleitores a mais do que seu adversário de extrema-direita, José Antonio Kast.

    Para a professora de Relações Internacionais da Unifesp, Regiane Nitsch Bressan, após uma eleição polarizada, Boric precisará maneirar seu discurso para garantir governabilidade.

    Ela explica que o parlamento chileno eleito neste ano é avesso aos extremos ideológicos.

    “Para governar, ele vai ter que fazer arranjos políticos e ter um discurso mais moderado, que converse com a centro-esquerda e o centro, para conseguir ter governabilidade”, disse a professora, que também coordena o grupo de pesquisa Observatório de Regionalismo.

    A professora comenta que a vitória de Boric representa uma guinada chilena iniciada há dois anos, nas manifestações de 2019.

    “Em 2019, a população foi às ruas para pedir maior intervenção do Estado na economia e, sobretudo, maiores políticas sociais para a Educação, Saúde e Segurança”, relembra.

    “Em 2021, tivemos a formação de uma comissão que está redigindo uma nova constituição chilena. A vitória de Boric é resultado dessas demandas”, complementa a professora.

    Regiane Bressan, professora de Relações Internacionais da Unifesp. / Reprodução/CNNBrasil/20.dez.2021

    A respeito do que deve mudar nas relações entre Brasil e Chile com esse resultado, a professora destaca que a política externa brasileira recente vem trabalhando para se afastar um pouco da região latina.

    “Em 2022, devemos ter relações com o Chile de forma bastante amena e distante. Se houve uma mudança de governo no Brasil, aí sim poderemos – nós, enquanto Brasil, que já foi um país com muito protagonismo na região – nos aproximar de novo de nossos vizinhos. E, é claro, também do Chile”, concluiu.

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