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    Novas eleições no norte do Kosovo dependem de petição, diz presidente

    Vjosa Osmani admitiu refazer pleito em quatro cidades da região se um abaixo-assinado com 20% dos eleitores for entregue; não está claro se a população sérvia participaria desse processo 

    Da Reuters

    Pristina

    Kosovo pode realizar novas eleições em municípios de maioria sérvia abalados por protestos violentos se 20% dos eleitores assinarem uma petição solicitando isso, disse a presidente do país, Vjosa Osmani.

    Durante entrevista em seu gabinete, a presidente afirmou acreditar que uma petição é a “maneira mais democrática” de proceder com novas eleições. “Dessa forma, acho que garantiríamos a participação dos sérvios porque o pedido teria vindo deles, dos cidadãos”, disse ela.

    Protestos violentos ocorreram em quatro municípios do norte depois que Kosovo empossou prefeitos de etnia albanesa que foram eleitos para os cargos com uma participação de apenas 3,5%. Os sérvios, maioria na região, boicotaram as eleições locais.

    Osmani disse que a remoção de prefeitos por meio de uma petição eleitoral seria “uma espécie de referendo” que abriria caminho para uma segunda votação a ser realizada para eleger novos prefeitos. Segundo ela, todo o processo pode ser feito dentro de alguns meses.

    Não ficou claro, no entanto, se os eleitores sérvios locais participariam de uma petição.

    Os sérvios da região norte do Kosovo não aceitam a declaração de independência kosovar em relação à Sérvia em 2008, quase uma década após o fim de uma guerra na região, e ainda veem Belgrado como sua capital.

    Com o aumento das tensões entre a Sérvia e o Kosovo, a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reforçou as suas tropas de manutenção da paz no norte do país.

    Osmani disse desejar que as forças de manutenção da paz fiquem até que Kosovo seja admitido na Otan. Ela afirmou ainda que, antes da convocação de novas eleições, Kosovo precisaria de garantias da comunidade internacional de que Belgrado não iria interferir.

    A Sérvia nega as acusações do Kosovo de que impediu os candidatos sérvios de concorrer às urnas. Também nega as alegações de que os manifestantes que entraram em confronto com as tropas e a polícia da Otan nas regiões do norte em 29 de maio foram enviados por Belgrado.

    A Sérvia ainda considera formalmente Kosovo como parte do seu território. Os sérvios no norte do Kosovo estão buscando mais autonomia para sua região sob um acordo de 2013 que não foi implementado.

    Na semana passada, um assessor do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, e o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, pressionando a Sérvia a retirar as Forças Armadas estacionadas perto da fronteira e instando os manifestantes a permanecerem pacíficos.

    (Por Kim Vinnell, com reportagem adicional de Fatos Bytyci em Pristina e Ivana Sekularac em Belgrado)