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    Nova Zelândia quer tributar agricultores pelos arrotos e peidos de suas vacas

    Primeira-ministra fala que é um primeiro passo para precificar as emissões agrícolas a partir de 2025

    Christian Edwardsda CNN

    Um arroto ou peido na mesa de jantar pode causar problemas – mas se você for uma vaca ou ovelha na Nova Zelândia, isso pode gerar uma pesada conta de impostos para o seu dono.

    A primeira-ministra Jacinda Arden confirmou em uma entrevista coletiva na terça-feira (11) que seu governo avançará com uma proposta para fazer com que os agricultores paguem pelas emissões de seus animais em uma tentativa de combater as mudanças climáticas.

    “Este é um passo importante na transição da Nova Zelândia para um futuro de baixas emissões e cumpre nossa promessa de precificar as emissões agrícolas a partir de 2025”, disse Ardern.

    A Nova Zelândia é um grande exportador de gado e carne, e tem cerca de 10 milhões de bovinos e 26 milhões de ovelhas. A agricultura responde por metade das emissões totais do país, incluindo 91% de suas emissões biogênicas de metano, um potente gás de efeito estufa com mais de 80 vezes o poder de aquecimento global do dióxido de carbono no curto prazo.

    A indústria já havia sido omitida do Esquema de Comércio de Emissões do país, um órgão regulador do governo que estabelece limites de emissões por setor. “Nenhum outro país do mundo desenvolveu ainda um sistema de precificação e redução de emissões agrícolas, então nossos agricultores devem se beneficiar por serem pioneiros”, disse Ardern.

    Mas os grupos agrícolas não estão convencidos e levantaram preocupações sobre os altos custos que isso imporá ao setor. Andrew Morrison, presidente do grupo de lobby agrícola Beef + Lamb New Zealand, disse em um e-mail aos agricultores na terça-feira: “não aceitaremos um sistema que coloque desproporcionalmente nossos agricultores e comunidades em risco”.

    Andrew Hoggard, presidente da agência de defesa rural Federated Farmers, disse em comunicado que o plano do governo “arrancará as entranhas da pequena cidade da Nova Zelândia”.

    “Nós não nos inscrevemos para isso. É angustiante pensar que agora temos essa proposta do governo que arranca o coração do trabalho que fizemos. Fora das famílias que cultivam esta terra”, disse ele. “Nosso plano era manter os agricultores cultivando. Agora eles estarão vendendo tão rápido que você nem ouvirá os cachorros latindo na parte de trás do caminhão enquanto eles se afastam”.

    No entanto, a proposta espera incentivar os agricultores a reduzir as emissões sem impor custos prejudiciais. Em um comunicado, o governo disse que a receita arrecadada será “reciclada de volta ao setor agrícola por meio de novas tecnologias, pesquisas e pagamentos de incentivo aos agricultores”.

    Algumas dessas tecnologias já estão sendo usadas. Pesquisadores da empresa de laticínios Fonterra estão testando os efeitos do “Kowbucha”, um probiótico que reduz os arrotos emissores de metano.

    “Ao recompensar os agricultores que agem para reduzir suas emissões, podemos apoiar mais agricultores a melhorar sua produtividade e lucratividade enquanto atingem as metas climáticas”, disse o ministro da Agricultura, Damien O’Connor, na terça-feira. A proposta seguirá agora para consulta, com término previsto para novembro deste ano.

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