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    Nova York registra desaceleração do coronavírus após medidas de quarentena

    Marcelo Favalli

    Da CNN, em Nova York

    Pela primeira vez em uma semana, o pronunciamento diário do governador de Nova York teve um tom positivo. Andrew Cuomo iniciou a coletiva de imprensa desta quarta-feira (25) indicando que a epidemia no estado continua avançando, mas em uma velocidade bem menor. Segundo dados do departamento estadual de Saúde, o número de pessoas infectadas dobra de tamanho a cada 4,7 dias. No domingo, o contágio crescia 100% em 48 horas. O governo admite que a situação ainda é grave, mas ele ressalta que as medidas de isolamento social – que começaram semana passada – estão surtindo efeito.  

    Andrew Cuomo reforçou o plano de Nova York para reduzir a quantidade de internações nas próximas três semanas, quando projeções da força-tarefa estadual anticoronavírus preveem que 140 mil pessoas precisarão de cuidados hospitalares por causa da doença. Hoje, Nova York é a região dos Estados Unidos com o maior número de casos confirmados: quase 31 mil. E só existem 53 mil leitos ainda disponíveis. Outra meta do governador é dobrar a capacidade de camas hospitalares até a Páscoa. Ele não descarta a hipótese de transformar quartos de hotéis em unidades de saúde. 

    Cuomo voltou a apelar pela ajuda federal para conseguir mais respiradores. Atualmente, o estado tem quatro mil aparelhos. Outros sete mil estão em processo de compra. Segundo o governador, o ideal é que o estado tivesse 30 mil desses equipamentos disponíveis. 

    O isolamento social e as restrições ao comércio têm dado tão certo em Nova York que o governador disse que estuda o fechamento de parques, caso as pessoas não respeitem a orientação de praticar atividades de lazer solitariamente. Andrew Cuomo ainda agradeceu aos 40 mil profissionais de saúde que se inscreveram em um programa emergencial de Nova York para ampliar o contigente de médicos e enfermeiros dos hospitais. Outros seis mil voluntários criaram uma rede gratuita de atendimento por telefone a quem esteja passando por algum problema psicológico, causado pela quarentena. 

    Ao passo que as autoridades de Nova York ressaltam a importância de manter o distanciamento social, Donald Trump mantém a ideia de “reabrir o país” até 12 de abril.

    Para o presidente, a Páscoa seria a data ideal para a retomada da rotina – e dos negócios, nos Estados Unidos. Entretanto, os estados mais atingidos discordam. Mais de 50% da população está sob algum tipo de ordem de quarentena. Nesta quarta-feira, a cidade de Miami, na Flórida, copiou a medida imposta pelo governo da Caifórnia e ordenou que seus moradores não saiam de casa, a não ser por emergência. No resto dos Estados Unidos, o isolamento é mais uma orientação do que uma determinação compulsória. O discurso de Trump está baseado nas assustadoras projeções de desemprego. Com o comércio, a indústria e o setor de serviços severamente reduzidos, muitas empresas devem dispensar funcionários para minimizar os prejuízos causados pela queda abrupta no consumo. O incentivo do presidente para normalidade na Páscoa, seria uma maneira de aproveitar o feriado para que os americanos e turistas voltassem a comprar.

    Pedestre caminha na Times Square praticamente vazia
    Pedestre caminha na Times Square praticamente vazia, em Nova York, em meio à pandemia do coronavírus
    Foto: Carlo Allegri/Reuters