Israel lança nova onda de ataques aéreos contra o Líbano
Agência estatal registra bombardeios em regiões que fazem fronteira com a Síria
Israel lançou uma nova onda de ataques aéreos contra o Líbano nesta quinta-feira (26). A agência de notícias estatal libanesa NNA relatou ataques no sul e leste do país e em áreas que fazem fronteira com a Síria.
Os militares israelenses disseram que estavam “atacando alvos terroristas do Hezbollah” no país, acrescentando que “atacaram infraestruturas usadas para transferir armas do território sírio para o Hezbollah”.
“Os aviões de combate da Força Aérea atacaram recentemente infraestruturas na fronteira Síria-Líbano, que são usadas pela organização terrorista Hezbollah para transferir armas do território sírio para o Hezbollah no Líbano”, afirmou num comunicado.
Sírios mortos
O prefeito da cidade de Younine, no nordeste do Líbano, informou à CNN que um ataque aéreo israelense matou 23 sírios nesta quinta.
Os mortos são todos sírios da mesma família, incluindo mulheres e crianças, disse ele, acrescentando que eram trabalhadores diaristas e suas esposas e filhos.
O ataque aéreo, por volta da meia-noite de quinta-feira, horário local, atingiu um prédio perto de um posto de gasolina.
Ataque contra Beirute
O Ministério da Saúde do Líbano afirmou que ao menos duas pessoas foram mortas e 15 ficaram feridas após um ataque de aviões de guerra israelenses em um prédio nos subúrbios ao sul de Beirute. Uma das feridas é uma mulher em estado crítico.
A CNN geolocalizou o local do ataque como sendo Haret Hreik, em Dahiyeh, uma área densamente povoada com forte presença do Hezbollah.
Segundo os militares de Israel, Muhammad Hussein Srour, comandante do Hezbollah que seria chefe do Comando Aéreo do grupo, foi morto na ofensiva.
Israel rejeita cessar-fogo
O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, pontuou nesta quinta-feira que “não haverá cessar-fogo no norte” e que Israel continuará lutando contra o Hezbollah “com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”.
Mais cedo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que reportagens informando que poderia haver um cessar-fogo iminente no Líbano são “incorretas” e que ele disse aos seus militares para continuarem lutando com “força total”.
Os Estados Unidos e outros aliados pediram uma pausa de 21 dias no conflito na fronteira entre Israel e Líbano.
Autoridade Palestina na ONU
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse à Assembleia Geral da ONU que o mundo inteiro é responsável pelo que está acontecendo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
“Parem de matar crianças e mulheres, parem o genocídio, parem de enviar armas para Israel. Essa loucura não pode continuar. O mundo inteiro é responsável pelo que está acontecendo com nosso povo em Gaza e na Cisjordânia”, pontuou Abbas.
Entenda o conflito entre Israel e Hezbollah
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano nos últimos dias. Na segunda-feira (23), o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu após um ataque aéreo israelense. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.