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    “Nossos piores medos se tornaram realidade”, diz primeiro-ministro do Reino Unido

    Em pronunciamento gravado, Boris Johnson disse que Vladimir Putin "atacou um país amigo sem qualquer provocação e sem qualquer desculpa crível"

    Da CNN

    O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, dizendo em um discurso televisionado que Vladimir Putin “atacou um país amigo sem qualquer provocação e sem qualquer desculpa crível”.

    “Nossos piores medos agora se tornaram realidade e todos os nossos alertas se mostraram tragicamente precisos”, disse Johnson.

    Dirigindo-se ao povo russo, ele acrescentou: “Não posso acreditar que isso tenha sido feito em seu nome, ou que você realmente queira o status de pária que isso trará ao regime de Putin”.

    Ele também pediu que a Europa acabe com sua dependência do petróleo e gás russos.

    Mas Johnson não deu detalhes da resposta do Reino Unido, dizendo apenas que estava trabalhando com aliados em um “enorme pacote de sanções econômicas” destinado a “prejudicar a economia russa”.

    Na terça-feira, depois que Putin ordenou pela primeira vez tropas em dois territórios separatistas no leste da Ucrânia, Johnson anunciou sanções a cinco bancos russos e três indivíduos – medidas que foram criticadas por alguns por não serem contundentes o suficiente.

    O ataque russo

    Após semanas de tensão, a Rússia atacou a Ucrânia nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), gerando reações de líderes mundiais e da Otan. Uma operação militar nas regiões separatistas do leste ucraniano, explosões e sirenes foram ouvidas em várias cidades do país.

    Na manhã desta quinta, longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev com moradores tentando deixar a região. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.

    Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

    O que você precisa saber sobre o ataque

    • Nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), Putin ordenou um ataque no leste da Ucrânia, em regiões que ele reconheceu como independentes; as forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar;
    • O ataque acontece em pelo menos 16 regiões, incluindo a capital Kiev
    • Autoridades ucranianas dizem que pelo menos 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país; depois, foi divulgado que 40 soldados ucranianos também morreram. Não há número oficial de mortes divulgado até o momento
    • O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, autorizou cidadãos a pegarem armas para defender o país e pediu doação de sangue;
    • Longas filas foram registradas nesta manhã em Kiev nas principais rodovias, com moradores tentando deixar o país;
    • Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia
    • O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin
    • A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação
    • A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos
    • Países da Europa acionam Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
    • Otan reforçará forças no flanco leste da aliança, anuncia secretário-geral

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