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    Nomeados por Trump alteraram documentos do CDC por razões políticas

    Objetivo era não prejudicar a mensagem política do presidente norte-americano

    Nick Valencia e Kristen Holmes, CNN

    Funcionários de comunicação nomeados pelo Presidente Donald Trump no Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS) pressionaram para mudar a linguagem para relatórios científicos semanais divulgados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a fim de não prejudicar a mensagem política do presidente Donald Trump, de acordo com um alto funcionário federal de saúde.

    Em meio à tensão entre o governo e o CDC, o ex-oficial da campanha de Trump que se tornou porta-voz chefe do HHS, Michael Caputo, e sua equipe exigiram ver os relatórios do CDC antes de serem divulgados, disse um alto funcionário do governo. Funcionários do HHS defenderam a demanda, dizendo que o CDC estava sob o comando da agência e que todas as comunicações e documentos públicos precisavam ser liberados pela chefia.

    Um oficial federal disse à CNN que, além de revisar relatórios, o nomeado político do HHS, Paul Alexander, regularmente acrescentou sua opinião – muitas vezes interpretada por funcionários do CDC como de natureza política – aos relatórios científicos semanais destinados a rastrear a resposta em curso à pandemia de coronavírus. O desenvolvimento marca o exemplo mais recente de interferência política por pessoas nomeadas pelo governo nas agências de saúde do país.

    O Politico falou pela primeira vez sobre a pressão exercida sobre o CDC em relação a esses relatórios.

    A fonte disse que alguns funcionários federais de saúde do CDC acreditam que a interferência é um esforço para mudar as comunicações dos cientistas do CDC para não contradizer o presidente. Desde o início da pandemia, Trump repetidamente minimizou a importância do vírus, às vezes contradizendo seus próprios médicos da força-tarefa da Casa Branca.

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    Em nota à CNN, Caputo defendeu as ações e elogiou Alexandre.

    “O Dr. Paul Alexander é um epidemiologista formado em Oxford e um metodologista especializado em analisar o trabalho de outros cientistas. O Dr. Alexander me aconselha sobre políticas de pandemia e foi encorajado a compartilhar suas opiniões com outros cientistas”, dizia a declaração. “Como todos os cientistas, seu conselho é ouvido e aceito ou rejeitado por seus pares.”

    Caputo continuou a criticar o CDC, dizendo: “Nossa intenção é garantir que as evidências e os dados científicos conduzam a política por meio desta pandemia – e não motivos de estado profundo nas entranhas do CDC.”

    Os partidários de Trump e funcionários do governo expressaram frustração com o CDC, que é amplamente formado por funcionários de carreira e não por funcionários políticos, que eles acreditam não estar trabalhando no melhor interesse do presidente.

    A CNN entrou em contato com o CDC para comentarem o caso. O diretor do CDC, Dr. Robert Redfield, defendeu a agência e negou que as autoridades estejam colocando a política à frente da ciência.

    O oficial de saúde federal que conversou com a CNN acrescentou que houve esforços para impedir o lançamento de alguns dos Relatórios Semanais de Morbidez e Mortalidade do CDC, durante o verão dos Estados Unidos, alguns dos quais focados nas informações mais recentes sobre coronavírus.
    A fonte não pôde fornecer detalhes sobre que linguagem foi alterada nesses relatórios pela administração Trump.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original, em inglês)