Netanyahu “foi muito prejudicado” e não estava preparado para ataque do Hamas, diz Trump
Porta-voz da Casa Branca classificou os comentários como "perigosos e desequilibrados"
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não estava preparado para um ataque do grupo radical islâmico Hamas, que matou mais de 1.300 pessoas em Israel e deixou dezenas de reféns.
Em declarações à Fox News nesta quarta-feira (12), Trump, favorito à indicação presidencial republicana de 2024, disse que Netanyahu “foi muito prejudicado” devido ao ataque.
“Ele não estava preparado. Ele não estava preparado, e Israel não estava preparado. E sob o governo de Trump, eles não teriam que estar preparados”, disse ele, atraindo críticas nos EUA e em outros países.
Falando a apoiadores na Flórida, ele descreveu o grupo militante Hezbollah como “muito inteligente”. Assim como o Hamas em Gaza, o Hezbollah é apoiado pelo Irã.
“Você sabe, o Hezbollah é muito inteligente”, disse Trump. “Todos eles são muito inteligentes.”
Na quinta-feira, Israel ainda estava recolhendo seus mortos do ataque do Hamas no sábado (7), um dos mais devastadores em seus 75 anos de história. Em retaliação, o país realizou ataques aéreos em Gaza que mataram pelo menos 1.400 palestinos.
O porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, classificou os comentários como “perigosos e desequilibrados”, enquanto alguns oponentes republicanos de Trump o atacaram por criticar um aliado dos EUA em um momento de crise.
O ministro das Comunicações de Israel, Shlomo Karhi, afirmou que os comentários de Trump mostram que ele não é confiável.
É “vergonhoso que um homem como ele, um ex-presidente dos EUA, faça propaganda e dissemine coisas que ferem o espírito dos combatentes de Israel e de seus cidadãos”, disse Karhi ao Canal 13 de Israel.
Em seu discurso, Trump disse que estava revelando pela primeira vez que Israel decidiu de última hora não participar do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani pelos Estados Unidos. Soleimani foi morto no Iraque em um ataque de drone em 3 de janeiro de 2020, ordenado por Trump.
Trump disse que as autoridades de Israel não explicaram por que tomaram essa decisão.
“Nunca esquecerei que ‘Bibi’ Netanyahu nos decepcionou muito. Isso foi uma coisa terrível”, disse Trump, usando o apelido de Netanyahu.