Netanyahu comemora morte do líder do Hamas, mas diz que guerra não acabou
Yahya Sinwar foi mentor dos ataques de 7 de outubro, segundo Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (17) que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, oferece uma chance de paz no Oriente Médio, mas alertou que a guerra na Faixa de Gaza não acabou.
“Hoje acertamos as contas. Hoje o mal foi desferido com um golpe, mas nossa tarefa ainda não foi concluída”, disse Netanyahu em um vídeo.
“Para as queridas famílias de reféns, eu digo: este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa”, concluiu.
Netanyahu disse aos moradores de Gaza que essa é uma “oportunidade” para eles “finalmente se libertarem da tirania [do Hamas]”.
Ele elogiou os “soldados heróicos” que realizaram a operação e destacou que o Hamas que seus líderes serão eliminados.
“Agora está claro para todos, em Israel e no mundo, por que insistimos em não acabar com a guerra”, destacou.
Quem é Yahya Sinwar?
Figura de longa data no Hamas, Yahya Sinwar nasceu em 1962 em um campo de refugiados em Khan Younis, no sul de Gaza.
Ele foi responsável pela construção do braço militar do grupo antes de formar novos laços importantes com as potências árabes regionais como líder civil e político.
Sinwar foi eleito para o principal órgão de decisão do Hamas, o Politburo, em 2017, como líder político do Hamas em Gaza.
No entanto, desde então tornou-se o líder de fato do Politburo, de acordo com uma pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês).
Ele foi designado terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA desde 2015 e foi sancionado pelo Reino Unido e pela França.
Saiba mais sobre quem foi Yahya Sinwar através desta matéria.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.