Negociação de paz na Ucrânia depende do campo de batalha, analisa professor
À CNN Rádio, Gunther Rudzit avaliou que, enquanto um dos lados não sentir que “está perdendo”, não haverá acordo
O fim da Guerra na Ucrânia ainda não está perto de ser negociado, segundo o professor de relações internacionais da ESPM Gunther Rudzit.
À CNN Rádio, ele explicou que qualquer tipo de acordo entre ucranianos e russos “depende do resultado no campo de batalha.”
“Enquanto os dois lados não sentirem que estão perdendo, não haverá negociação de paz”, completou.
Segundo o especialista, para a Ucrânia, essa sensação de derrota se daria caso, uma vez que a prometida contraofensiva seja lançada, ela não seja capaz de retomar territórios.
“Isso exigiria um esforço humano e material grande, com baixa possibilidade de ser reposto rapidamente”, disse.
Ao mesmo tempo, Gunther aponta que, para a Rússia, seria um baque “perder territórios, ou até se a linha de frente começar a desmoronar, para aí sim tentar negociação.”
Para o professor, o Brasil “dificilmente terá liderança” para uma eventual discussão sobre paz.
“Após as posturas do governo brasileiro, com falas de Lula atribuindo aos dois lados a guerra, o país não é percebido como um ator neutro com os dois lados”, explicou.
De acordo com ele, “o Brasil pode ter algum tipo de papel” na busca por uma solução, tal qual a China, que também não é vista como neutra, mas “é ator importante para convencer o presidente russo Vladimir Putin a negociar.”
*Com produção de Isabel Campos