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    Navio-hospital francês tratou cerca de mil feridos da Faixa de Gaza

    Embarcação está atracada no Egito desde novembro e conta com enfermarias, salas de cirurgia e 70 equipes médicas

    Da Reuters

    Cerca de mil feridos da Faixa de Gaza foram tratados em um navio-hospital francês que está atracado na costa do Egito, informou o capitão da embarcação.

    O Dixmude, um porta-helicópteros da França, está atracado desde novembro no porto egípcio de al-Arish, a 50 km a oeste da Faixa de Gaza. A embarcação está equipada com enfermarias, salas de cirurgia e 70 equipes médicas.

    Quase 120 feridos foram hospitalizados a bordo, enquanto outras centenas foram atendidas em consultas ambulatoriais, incluindo acompanhamento de lesões e problemas psiquiátricos, explicou o capitão Alexandre Blonce, chamando a operação de “missão sem precedentes”.

    Desde o início da guerra, mais de 25 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde ligado ao Hamas.

    Os moradores do território palestino têm tido muita dificuldade para obter cuidados médicos, já que dezenas de milhares de pessoas ficaram feridas, com a maioria dos 36 hospitais de Gaza já não funcionando, e com aqueles que continuam operando estando muito acima da capacidade, afirma a Organização Mundial da Saúde.

    Israel também tem como alvo os maiores hospitais restantes, dizendo que combatentes do Hamas estão lá, algo que o Hamas nega.

    Longa espera por atendimento

    Aqueles que tiveram a sorte de cruzar a fronteira para o Egito, como Ahmed Abu Daqqa, de 16 anos, ferido em 1º de novembro, enfrentaram longa espera por atendimento médico.

    Os médicos em Gaza “retiraram os estilhaços e colocaram duas hastes, mas um mês depois descobriram mais estilhaços no meu joelho. Disseram-me que cuidariam disso mais tarde, porque havia muitas cirurgias”, pontuou o jovem a bordo do Dixmude.

    “Tentei muitas vezes conseguir uma transferência” antes de finalmente cruzar para o Egito, relatou.

    Finalmente, ele pôde ser submetido a uma nova cirurgia, onde as hastes e os estilhaços foram removidos e a infecção resultante tratada, além de receber fisioterapia.

    Ele e outras pessoas a bordo do navio francês aguardavam novas transferências para hospitais no Egito ou no exterior.

    A Itália enviou um navio-hospital semelhante para a costa egípcia em dezembro.

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