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    “Não vamos provocar, mas vamos nos defender”, diz presidente de Taiwan

    Ministério da Defesa taiwanês diz que China lançou 11 mísseis em águas perto da ilha

    Ben BlanchardMeg ShenAngus MacSwanda Reuters

    Taiwan não provocará conflitos, mas defenderá firmemente sua soberania e segurança nacional, disse a presidente Tsai Ing-wen nesta quinta-feira (4), respondendo a exercícios militares chineses perto da ilha.

    “Não vamos provocar, mas vamos nos defender”, afirmou a presidente. “Nós iremos nos dedicar para manter o status quo de paz e estabilidade no Estreito de Taiwan”, acrescentou.

    A China disparou mísseis perto das águas de Taiwan um dia depois que a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, fez uma viagem solidária à ilha autogovernada.

    De acordo com Tsai, os exercícios militares da China são “irresponsáveis não só com Taiwan mas também com a comunidade internacional”. A líder taiwanesa ainda classificou as manobras chinesas como “reação desnecessária”.

    Ministério da Defesa taiwanês diz que China lançou 11 mísseis em águas perto da ilha

    A China disparou 11 mísseis em direção às águas perto do nordeste e sudoeste de Taiwan nesta quinta-feira (4), segundo o Ministério da Defesa da ilha, enquanto Pequim cumpre sua promessa de que Taipei pagará um preço por receber a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi.

    O Comando do Teatro Oriental dos militares chineses disse em um comunicado que vários mísseis foram disparados no mar na parte leste de Taiwan. Afirmou também que todos os projéteis atingiram o alvo com precisão.

    “Toda a missão de treinamento de tiro real foi concluída com sucesso e o controle da área marítima e aérea relevante foi suspenso”, diz o comunicado da China.

    Mais cedo, o Comando do Teatro Oriental informou que realizou treinamento de longo alcance com tiro no Estreito de Taiwan, segundo a emissora estatal chinesa, como parte dos exercícios militares planejados ao redor da ilha.

    Taiwan relatou que foguetes chineses de longo alcance caíram perto de suas ilhas de Matsu, Wuqiu e Dongyin, que estão no Estreito de Taiwan, mas localizadas mais perto do continente do que da ilha principal. Mais tarde, disse que um total de 11 mísseis Dongfeng (DF) foram disparados para as águas norte, sul e leste da ilha entre 13h56 e 16h no horário local nesta quinta.

    A mídia estatal chinesa disse que os exercícios para simular um “bloqueio” aéreo e marítimo em torno de Taiwan começaram na quarta-feira, mas ofereceram poucas evidências sólidas para apoiar a alegação. Mais tarde, imagens mostraram helicópteros militares sobrevoando a ilha de Pingtan, um dos pontos de Taiwan mais próximos da China continental.

    A postura militar foi uma demonstração deliberada de força depois que Pelosi deixou a ilha na noite de quarta-feira, com destino à Coreia do Sul, uma das paradas finais de uma turnê pela Ásia que termina no Japão neste fim de semana.

    Poucas horas depois de sua partida de Taipei na quarta-feira, o Ministério da Defesa da ilha disse que a China enviou mais de 20 caças pela linha mediana do Estreito de Taiwan, o ponto intermediário entre o continente e Taiwan que Pequim diz não reconhecer, mas geralmente respeita.

    Na quinta-feira, o Ministério da Defesa de Taiwan disse que seus militares estavam mantendo uma postura “normal”, mas cautelosa, e chamou os exercícios de tiro de “ato irracional” que tentou “mudar o status quo”.

    “Estamos monitorando de perto as atividades inimigas ao redor do mar de Taiwan e das ilhas periféricas e agiremos adequadamente”, disse o ministério em comunicado.

    Taiwan também acusou a China de “seguir o exemplo da Coreia do Norte de testes arbitrários de mísseis em águas próximas a outros países” em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores nesta quinta.

    Os exercícios causaram interrupções nos horários de voos e navios, com alguns voos internacionais cancelados e os navios instados a usar rotas alternativas para vários portos da ilha.

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