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    “Não se esqueçam da Ucrânia”, pede ONU em apelo por financiamento de ajuda

    Organização diz que 40% da população da Ucrânia precisará de assistência humanitária este ano por causa da guerra com a Rússia

    Gabrielle Tetrault-Farberda Reuters , Genebra

    A Organização das Nações Unidas fez um apelo por 4,2 bilhões de dólares de doadores nesta segunda-feira (15) para dar apoio a comunidades devastadas pela guerra na Ucrânia e a refugiados ucranianos em 2024, já que a guerra continua quase dois anos após a invasão da Rússia.

    “Por favor, não se esqueçam da Ucrânia enquanto há muitos outros lugares no mundo que chamam nossa atenção”, pediu o chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, a diplomatas em Genebra.

    Como parte do apelo por financiamento, o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) está pedindo 3,1 bilhões de dólares para ajudar 8,5 milhões de pessoas com extrema necessidade de ajuda humanitária em 2024.

    Já a agência de refugiados da ONU está buscando 1,1 bilhão de dólares para ajudar 2,3 milhões de refugiados ucranianos e suas comunidades anfitriãs.

    O OCHA recebeu 67% dos 3,9 bilhões de dólares que solicitou no ano passado. Ele reduziu seu pedido para 2024 para priorizar as pessoas mais necessitadas, já que outras crises humanitárias em todo o mundo, inclusive em Gaza e no Sudão, exigem financiamento urgente.

    “Estamos deliberadamente reduzindo a quantidade de dinheiro que pedimos – não porque achamos que as necessidades estão diminuindo ou que a guerra está melhorando para o povo da Ucrânia – mas porque precisamos priorizar”, disse Griffiths.

    “Entendemos bem que estamos em uma competição severa com outras partes do mundo, a verdade brutal da competição dos programas de ajuda entre si.”

    O OCHA disse que mais de 14,6 milhões de pessoas, ou 40% da população da Ucrânia, precisarão de assistência humanitária este ano devido à invasão e aos ataques da Rússia.

    Mais de 3,3 milhões das pessoas necessitadas vivem em comunidades da linha de frente no leste e no sul do país, inclusive em territórios ocupados pela Rússia, aos quais os comboios humanitários do OCHA não conseguem ter acesso desde o início do conflito.

    “Continuamos em negociação com o governo russo sobre como obter acesso a essas pessoas que talvez estejam em necessidade mais urgente, já que faz dois anos que nenhuma ajuda humanitária real, eficaz, regular e confiável chega a elas”, disse Griffiths aos repórteres.

    A invasão da Rússia, iniciada em fevereiro de 2022, forçou cerca de 6,3 milhões de pessoas a fugir para o exterior. Quatro milhões de pessoas, incluindo quase um milhão de crianças, permanecem deslocadas dentro do país, de acordo com o OCHA.

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