Não quero voltar nem para pegar minhas coisas, diz brasileira que fugiu da Ucrânia
À CNN Rádio, a jogadora Gabriela Zidoi, do Kryvbas, explicou que conseguiu fugir da guerra em um trem lotado
“Nem para buscar minhas coisas eu quero voltar para a Ucrânia”, afirmou a jogadora de futebol Gabriela Zidoi, do time ucraniano Kryvbas, em entrevista à CNN Rádio nesta quinta-feira (10).
Após longa viagem, que envolveu 21 horas em um trem e ajuda de uma ONG para chegar até a Polônia, ela conseguiu deixar o país em meio à guerra.
Agora, ela está em Portugal, onde os pais moram, e não pensa em retornar para o território ucraniano. A expectativa dela é de fechar contrato com um time português nos próximos dias e já voltar a treinar.
A saída da zona de conflito, segundo Gabriela, envolveu pegar, ao lado de companheiras de equipe, apenas uma mochila abastecida com comida e água.
“Não foram momentos fáceis. Embora nossa cidade não tenha sido muito atacada, tivemos bombardeios à base militar, ao lado do hotel onde estávamos. A gente sentia [o efeito das explosões] no quarto, não desejo para ninguém. As pessoas começaram a gritar e chorar”, relatou.
A jogadora conta que houve “empurra-empurra” na estação de trem rumo à cidade de Lviv, na fronteira com a Polônia. Foram necessárias duas tentativas para finalmente conseguir embarcar.
“O trem parava e não tinha preferência, era quem estava próximo à porta, tinha que dar sorte, era como se estivesse numa multidão de show, muito difícil de passar. Quando entra, dá um alívio”, acrescentou.
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Refugiados da Ucrânia chegam a abrigo temporário em Korczowa, na Polônia • Sean Gallup/Getty Images
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Refugiados choram e se abraçam após encontrar parentes do outro lado da fronteira da Ucrânia com a Polônia • Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Pessoas esperam por refugiados em estação de trem nas proximidades da fronteira entre Rússia e Ucrânia • Janos Kummer/Getty Images
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Refugiada ucraniana cruza a pé a fronteira da Ucrânia com a Polônia • Attila Husejnow/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Refugiados acampam perto da fronteira entre a Ucrânia e a Polônia • Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images
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Abrigo de refugiados ucranianos na Polônia • Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
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Estação de trem na Polônia registra alto fluxo de refugiados vindos da Ucrânia • Agnieszka Majchrowicz/Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas evacuam a cidade de Irpin, a noroeste de Kiev, no décimo dia da guerra Rússia-Ucrânia em 5 de março de 2022 • Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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Crianças evacuadas de um orfanato em Zaporizhzhia chegam ao principal terminal ferroviário em Lviv, Ucrânia, no dia 5 de março • Dan Kitwood/Getty Images
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Estudantes indianos voltaram da Ucrânia depois da invasão da Rússia; pais e outros parentes se emocionaram ao receber os alunos no aeroporto internacional Índia Gandhi, em Nova Délhi, Índia, no dia 5 de março. Governo indiano amplia a Operação Ganga, uma operação de resgate para evacuar cidadãos indianos • Salman Ali/Hindustan Times via Getty Images
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Refugiados que fugiram da Ucrânia estão sendo abrigados em um ginásio esportivo em Zgorzelec, na Polônia • Danilo Dittrich/picture alliance via Getty Images
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Pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia encontram abrigo em ginásio esportivo convertido temporariamente em um abrigo, na região de Nowa Huta, em Cracóvia, na Polônia, em 15 de março de 2022 • Omar Marques/Getty Images
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Refugiados ucranianos cruzam a ponte sobre o rio Tisza, que conecta a Ucrânia com a Romênia • Denise Hruby/CNN
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Refugiados e voluntários locais descarregando ajuda vinda da Romênia • Denise Hruby/CNN
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Refugiados ucranianos estão sendo acolhidos em centro a dois quilômetros de distância do antigo campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau • Reuters
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Rada, 2 anos, alimenta-se em Medyka, Polônia, após deixar a Ucrânia 11/03/2022 • REUTERS/Fabrizio Bensch
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Ponto de ajuda para refugiados da Ucrânia que foi inaugurado no Estádio Municipal Henryk Reymans. em Cracóvia, na Polônia • NurPhoto via Getty Images
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Pessoas retiradas da região de Mariupol, na Ucrânia • Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS
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Voluntários preparam ajuda humanitária para refugiados em Lviv, Ucrânia • 06/03/2022REUTERS/Pavlo Palamarchuk
Em um vagão para quatro pessoas, havia 17: “A gente dava prioridade para as crianças tentarem dormir, tinha gente sentada no chão do corredor, foram de 19 a 21 horas assim”.
Chegando a Lviv, ela teve ajuda da embaixada brasileira e de voluntários da Frente BrazUcra para cruzar a fronteira da Polônia.
A sensação, ao deixar a Ucrânia, foi de alívio: “A gente pensava ‘graças a Deus conseguimos sair’, nossos familiares estavam preocupados, então foi um alívio muito grande.”