‘Não queria causar pânico’, diz Trump após admitir que minimizou a Covid-19
Questionado se sua relação com os norte-americanos não seria minada, presidente respondeu que não criar pânico é uma 'parte muito importante da confiança'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que “não queria causar pânico” ao mundo e aos norte-americanos por conta da pandemia da Covid-19. A declaração vem após revelações do novo livro do jornalista Bob Woodward mostrarem que o presidente sabia que o novo coronavírus era perigoso, transmissível pelo ar, altamente contagioso e “mais fatal do que as gripes mais extenuantes”.
No começo da pandemia, Trump minimizou os efeitos da Covid-19 e disse que o vírus era muito parecido com uma gripe.
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Em coletiva na Casa Branca, Trump respondeu a repórteres que não queria que as pessoas ficassem assustadas, por isso tratou da Covid-19 como o fez. O presidente confirmou que deu algumas declarações a Woodward, mas afirmou que ainda não leu o livro.
“Eu não queria levar o país e o mundo ao pânico. Eu queria mostrar confiança, e nós fizemos isso muito bem. Nós temos que mostrar liderança”, disse Trump. Questionado se sua relação com os norte-americanos não seria minada ao negar a gravidade da pandemia, mesmo sabendo o tamanho da ameaça que a Covid-19 representava, Trump respondeu que não criar pânico é uma “parte muito importante da confiança”.
O presidente ainda voltou a culpar a China pela pandemia, dizendo que o país não deveria ter deixado o vírus chegar até os EUA. “Nós aprendemos sobre essa horrível doença junto com o resto do mundo e fizemos, de todos os pontos de vista, um trabalho incrível. A China não deveria ter deixado esse vírus sair, eles deveriam ter parado o vírus”, afirmou.
O livro “Rage” (Ira, em tradução livre), de Woodward, traz uma série de entrevistas com Trump nas quais o presidente revela ter um nível surpreendente de detalhes sobre a ameaça do vírus antes do que se sabia. A CNN teve acesso ao livro antes do lançamento, marcado para o dia 15 de setembro.
(Sob supervisão de Giovanna Bronze).