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    “Não podemos falar sobre a guerra”, diz estudante brasileira na Rússia

    Segundo ela, imigrantes também são proibidos de participar de manifestações sob pena de deportação

    Beatriz Puenteda CNN

    no Rio de Janeiro

    Em meio a protestos de russos pedindo o fim dos ataques à Ucrânia, uma estudante brasileira na Rússia relatou à CNN que as universidades do país pediram que os alunos estrangeiros não comentem sobre a guerra com veículos de imprensa.

    As consequências para os estudantes podem ser desde a suspenção do visto até a deportação para o país de origem. “A gente recebeu um comunicado da faculdade hoje oficialmente. Os russos que estão fazendo protestos estão sendo presos e a gente como imigrante fica tudo mais tenso”, afirmou a brasileira.

    Os imigrantes também são proibidos de participar de qualquer protesto no país, sob pena de deportação, segundo relato da estudante.

    Apenas em Moscou, capital da Rússia, mais de 1.600 cidadãos já foram detidos em manifestações contra a operação militar das tropas russas na Ucrânia. Mais de 40 cidades já registraram protestos a favor da interrupção da guerra.

    “A grande maioria dos russos que eu conheço e tenho contato não concordam com os ataques. Muitos também têm famílias na Ucrânia e estão preocupados. Então a população está muito adormecida, sabe? Querendo gritar, mas tendo que ficar calados”, disse a estudante brasileira.

    A estudante brasileira de 22 anos mora em Kursk, na Rússia, há quatro anos. A cidade fica a cerca de duas horas da fronteira com a Ucrânia.

    Segundo o relato dela, ao contrário do que os ucranianos têm vivido, a rotina segue normal com todos os serviços funcionando. A jovem acrescenta que outros brasileiros que vivem cidade passam bem. No entanto, é possível notar movimentações militares em Kursk.

    “Temos uma grande base militar aqui, então, mesmo não presenciando a guerra, acabamos vendo uma movimentação, como tanques passando, caminhões militares e principalmente caças que passam dia e noite o tempo todo”, afirmou a estudante.

    A brasileira também relatou que, no momento, ainda não há necessidade de evacuação na cidade, mas que a Embaixada Brasileira, localizada em Moscou, ainda não emitiu nenhum comunicado oficial de perigo.

    Foi oferecido apenas um ônibus para levar os estudantes para a capital russa. Na quinta-feira (24), houve a suspensão de voos com destino a onze aeroportos no sul do país.

    “Toda a cidade é equipada com sirenes e bunkers, caso haja a necessidade de uma evacuação extremamente rápida”, contou a brasileira.