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    Na véspera de encontro do Japão com os EUA, navios russos e chineses navegam perto do Japão

    Tensões no Pacífico se intensificaram com a aproximação da Coreia do Sul e do Japão aos Estados Unidos

    Emiko JozukaJessie Yeungda CNN , Tóquio

    O Japão expressou “grave preocupação” após navios de guerra chineses e russos navegaram perto de suas ilhas na quinta-feira (17), apenas um dia antes de seu primeiro-ministro discutir as crescentes tensões na região em uma cúpula com colegas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

    Seis navios chineses, entre eles destróieres de mísseis, e cinco navios russos, alguns deles contratorpedeiros, navegaram entre as ilhas japonesas de Okinawa e Miyako antes de se moverem em direção ao Mar da China Oriental na quinta-feira, segundo o Ministério da Defesa do Japão.

    É a primeira vez que navios russos e chineses navegam juntos por essa região. As embarcações não invadiram as águas territoriais do Japão.

    Os 11 navios foram avistados pela primeira vez a 280 quilômetros a nordeste da ilha de Okinotori, no extremo sul do Japão, na manhã de terça-feira (15), conforme apontou um comunicado do Ministério da Defesa.

    Acredita-se que os navios tenham participado de uma patrulha conjunta no Pacífico, afirmou a pasta. A maioria deles já havia sido vista navegando pelo Estreito de Soya entre Hokkaido e Sakhalin até o Mar de Okhotsk, após realizar exercícios conjuntos no Mar do Japão em julho, acrescentou o texto.

    O Ministério da Defesa da Rússia confirmou a patrulha conjunta em um comunicado em seu canal oficial Telegram e disse que um destacamento de navios está atualmente operando nas águas do Mar da China Oriental.

    Chineses e russos realizaram exercícios antissubmarinos, repeliram um ataque aéreo inimigo simulado, fizeram um treinamento de resgate no mar e praticaram pousos e decolagens de helicópteros no convés de navios de guerra, disse o ministério russo.

    O Ministério da Defesa do Japão disse que a China e a Rússia realizaram sucessivos exercícios navais e aéreos conjuntos perto do país nos últimos anos, que são “claramente destinados a demonstrar força contra o Japão” e são de “grave preocupação” para a segurança nacional.

    A pasta acrescentou ainda que Tóquio transmitiu suas preocupações sobre essas atividades conjuntas por meio de canais diplomáticos.

    As relações do Japão com a Rússia se deterioraram desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia por Moscou, há 18 meses. Tóquio se juntou a seus aliados ocidentais na imposição de sanções a Moscou e prometeu bilhões em ajuda humanitária para Kiev.

    A China, por sua vez, fortaleceu os laços políticos e econômicos com a Rússia, apesar se manter como parte neutra no conflito e proponente da paz.

    Cúpula trilateral

    O incidente da quinta-feira vem um dia antes da primeira cúpula trilateral entre Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Os líderes dos três países se reúnem no retiro rural presidencial dos EUA Camp David nesta sexta-feira (18).

    Lá, eles devem concordar em aprofundar a cooperação em defesa, tecnologia e economia, de acordo com altos funcionários do governo Biden.

    A cúpula também servirá como uma demonstração de força à medida que os países lidam com desafios de segurança que incluem as provocações da Coreia do Norte e ascensão das manobras militares da China.

    A reunião é particularmente significativa dada a relação historicamente tensa entre Seul e Tóquio, incluindo uma disputa entre os dois países sobre o trabalho forçado do Japão durante a ocupação da Coreia.

    Mas os dois líderes atuais — o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e o presidente coreano Yoon Suk Yeol — se esforçaram para trabalhar juntos diante de ameaças regionais compartilhadas, até mesmo conduzindo exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos no ano passado.

    Esta união não foi bem recebida por seus rivais asiáticos. No início deste ano, o principal diplomata da China pediu que Japão e Coreia do Sul parassem de promover um senso de “autonomia estratégica” do Ocidente e, em vez disso, cooperassem com Pequim para “revitalizar a Ásia”.

    “Não importa o quão loiro você pinte seu cabelo, quão pontudo você modele seu nariz, você nunca pode se tornar um europeu ou americano, você nunca pode se tornar um ocidental”, disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi. “Devemos saber onde estão nossas raízes.”

    E as autoridades também desconfiam de uma possível reação da Coreia do Norte. A nação isolada já havia lançado mísseis antes de exercícios militares conjuntos entre EUA e Coreia do Sul e em resposta a negociações trilaterais dos dois países com o Japão.

    Antes da cúpula desta sexta-feira, Seul acredita que Pyongyang está preparando o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) e outras “provocações” em torno da reunião ou dos próximos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul, previstos para começar na próxima semana, de acordo com um parlamentar sul-coreano.

    Veja também — Coreia do Norte diz que soldado dos EUA está no país

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