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    Na ONU, Brasil diz que Conselho de Segurança falha em conduzir cessar-fogo

    Embaixador do país na ONU, Ronaldo Costa Filho falou nesta sexta-feira (4) no Conselho de Segurança das Nações Unidas

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

    Durante sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (4), o embaixador brasileiro, Ronaldo Costa Filho, expressou preocupação com o conflito militar na Ucrânia, em especial à tomada da usina nuclear de Zaporizhzhia, e disse que o Conselho falha em endereçar a redução das hostilidades e cessar-fogo.

    “Ao passo que expressamos muita preocupação com os últimos eventos, não podemos ignorar o papel que o Conselho deve desempenhar, mas que não está desempenhando na situação atual”, afirmou Costa Filho.

    “Uma série de reuniões foram realizadas, e parece que não importa quantas reuniões públicas convoquemos, um cessar-fogo e o fim de todas as hostilidades ainda permanecem uma solução evasiva. Isso não é um paradoxo, do contrário, é uma falha do Conselho de agir de forma construtiva em endereçar esse tópico”, complementou.

    O embaixador disse ainda que está ocorrendo uma catástrofe humanitária “de proporções épicas”, com a possibilidade de um incidente nuclear “de proporções consideráveis”.

    “Este é mais um motivo para a comunidade internacional pedir um cessar-fogo. A redução total das ações militares já deveria ter acontecido. As provisões da lei humanitária e internacional devem ser respeitadas completamente. A segurança de milhões de pessoas está em jogo”, pontuou.

    Ainda sobre a tomada da usina de Zaporizhzhia, ele relembrou o artigo 56 da Convenção de Genebra, que “também menciona objetivos militares localizados nas proximidades ou em instalações nucleares”. Assim, pediu que não sejam feitas ações que coloquem os materiais nucleares em risco.

    Costa Filho pediu, por fim, que as partes envolvidas promovam o diálogo e um ambiente propício para a democracia: “Esse não é o momento para inflamar ainda mais a retórica, pelo contrário, devemos promover a paz”.

    Entenda o conflito

    Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. No amanhecer desta quinta-feira (24), as forças russas começaram a bombardear diversas regiões do país – acompanhe a repercussão ao vivo na CNN.

    Horas mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde estão as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

    O que se viu a seguir, porém, foi um ataque a quase todo o território ucraniano, com explosões em várias cidades, incluindo a capital Kiev. De acordo com autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

    Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.

    Esse ataque ao ex-vizinho soviético ameaça desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.

    A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito.

    A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

    (com informações da Reuters e da CNN Internacional) 

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