Na linha de frente, ucranianos se preparam para possível ataque da Rússia
Fotos exclusivas da CNN mostram o dia a dia de soldados ucranianos na região de Luhansk, na Ucrânia; clima é tranquilo, apesar de acreditarem que um ataque "é inevitável"
![Um soldado ucraniano em uma posição de artilheiro em uma trincheira na linha de frente, em Slov'yanoserbs'k, região de Luhansk, na Ucrânia. Esses soldados acreditam que um ataque russo é inevitável e o esperam em breve Um soldado ucraniano em uma posição de artilheiro em uma trincheira na linha de frente, em Slov'yanoserbs'k, região de Luhansk, na Ucrânia. Esses soldados acreditam que um ataque russo é inevitável e o esperam em breve](https://preprod.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2022/01/Soldados-Ucrania-Russia-janeiro-2022.jpg?w=1220&h=674&crop=1)
A cerca de 500 metros de separatistas apoiados pela Rússia, um grupo de soldados ucranianos espera por uma luta que certamente está por vir.
E parece que eles estão estranhamente tranquilos com tudo isso, de acordo com o fotógrafo Timothy Fadek, que passou um tempo com esses homens, nessa sexta-feira (21), na linha de frente na região leste de Luhansk, na Ucrânia.
“Eles abraçaram a inevitabilidade”, diz Fadek. “Estava conversando com um dos soldados e ele disse: ‘É inevitável. Nós aceitamos a inevitabilidade de um ataque.’ E então houve uma pequena discussão entre dois soldados e um deles falou: ‘Os russos não atravessarão a fronteira, eles atacarão do mar’, referindo-se ao Mar de Azov. Outro soldado discordou dessas duas avaliações e argumentou que, não, ‘o ataque virá da Bielorrússia.'”
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Um soldado ucraniano aponta para um cachorro em uma trincheira da linha de frente. Os cães vivem nessas trincheiras com os soldados e fornecem um alerta precoce contra intrusos
Crédito: Timothy Fadek/Redux for CNN - 2 de 11
Uma usina de energia é vista na cidade ucraniana de Kramatorsk, não muito longe da linha de frente do conflito
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Soldados ucranianos sentam-se na traseira de um caminhão em Slov'yanoserbs'k
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Soldados ucranianos vigiam sua posição na trincheira. "Um dos soldados apontou para o horizonte e disse: 'Vê aquele monte? Os terroristas estão atrás daquele monte'", disse o fotógrafo Timothy Fadek. "Eles se referem aos separatistas como terroristas."
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Um olhar dentro de uma trincheira ucraniana na linha de frente
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Um agricultor em Muratova corta madeira enquanto os membros da família a recolhem para vender a uma base militar ucraniana próxima
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Os soldados ucranianos com quem Fadek passou um tempo estavam extremamente relaxados, segundo ele. "Eles abraçaram a inevitabilidade"
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Uma mulher vende peixe seco na estrada que leva a Kramatorsk
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Um soldado ucraniano ajusta sua máscara de esqui para enfrentar o frio da região
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Soldados esperam em seus postos nas linhas de frente
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Um soldado caminha com cães em uma trincheira da linha de frente. "Eu estive nas trincheiras muitas vezes antes no verão", contou Fadek. "Esta é a primeira vez que foi no inverno. Como as trincheiras e a paisagem estão cobertas de neve, me lembra as trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Miséria fria
Crédito: Timothy Fadek/Redux for CNN
Mesmo não concordando com a origem do ataque, todos estão 100% convencidos de que ele acontecerá.
“Eles se resignaram”, continua o fotógrafo. “Mas estão extremamente relaxados. Não há uma pitada de nervosismo em seus rostos. Todos estão prontos para lutar, prontos há muitos anos. Mas eu perguntei: ‘Vocês querem esta guerra?’ E eles responderam: ‘Claro que não'”.
As tensões entre a Ucrânia e a Rússia estão em seu ponto mais alto, com um acúmulo de tropas russas perto da fronteira estimulando temores de que Moscou possa iniciar em breve uma invasão. O Kremlin negou que esteja planejando atacar, argumentando que o apoio da Otan à Ucrânia constitui uma ameaça crescente no lado ocidental da Rússia.
“Em Muratova, uma cidade ucraniana a cerca de 20 minutos de carro das linhas de frente, as pessoas estão muito mais preocupadas do que os soldados”, revela Fadek. Mas também parecem conformadas com o seu destino.
“Quando perguntei a um fazendeiro o que ele pensa sobre a possibilidade de um ataque, ele deu de ombros.”
“Vai acontecer. E não não há nada que alguém possa fazer para impedir.”