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    Na COP26, financiamento continua sendo ponto crítico de discussões

    Tema tem relação com artigo 6 do Acordo de Paris, que trata sobre o mercado de carbono global

    Uma das salas de conferência da COP26, em Glasgow, na Escócia
    Uma das salas de conferência da COP26, em Glasgow, na Escócia Foto: UN Climate Change/Kiara Worth

    Adriana Freitasda CNN

    na Escócia

    A semana que se inicia na COP26, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, em Glasgow, na Escócia, onde acontecem as negociações de alto nível, será decisiva com os ministros tomando a dianteira para fechar acordos.

    As lacunas existentes no Acordo de Paris, de 2015, precisam ser preenchidas até a próxima sexta-feira (12) – ou até domingo (14), caso as negociações atrasarem. Caso contrário, essas decisões ficarão para a COP27, que será realizada no próximo ano, no Egito.

    Entre as lacunas há a regulamentação internacional de créditos de carbono, a transparência desse mercado e o financiamento para a adaptação dos impactos (perdas e danos) para as nações mais vulneráveis.

    Nos últimos dias, delegações de muitos países, incluindo o do Brasil, apresentaram propostas para o controverso artigo 6 do Acordo de Paris, que trata sobre o mercado de carbono global. Por conta da atual falta de consenso, observadores e delegados temem que a regulamentação do mercado de carbono não seja concluída nesta COP.

    A primeira semana da COP26 foi marcada pelas discussões técnicas e por alguns avanços como a assinatura de um acordo voluntário para o fim do desmatamento até 2030 – com a mobilização de US$ 19,2 bilhões, e a promessa de redução da emissão de metano em 30% até 2030, além dos protestos dos jovens e de indígenas exigindo avanços imediatos na Justiça Climática.

    O termo muito repetido pelas ruas da Glasgow une na mesma bandeira as preocupações com os direitos humanos e as urgentes questões ambientais, partindo do pressuposto que as nações, os diferentes estratos sociais, gêneros e etnias sentem de maneiras diferentes as consequências das mudanças climáticas.

    “Estamos sofrendo todos os dias com a crise climática. Estamos todos os dias defendendo nossos territórios com nossas vidas. Povos indígenas estão morrendo, nossos irmãos e irmãs estão morrendo. Crianças Yanomami estão morrendo em rios contaminados por indústrias de mineração”, disse a jovem ativista indígena amazonense, Samela Sateré Mawé, representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), do Fridays for Future.

    O Brasil tem a capacidade de ofertar créditos de carbono
    O Brasil tem a capacidade de ofertar créditos de carbono (27.set.2021) / Reprodução / CNN

    Necessidade de financiamento e cooperação internacional

    De acordo com a maior ONG de defesa do meio ambiente, o Greenpeace, uma das maiores preocupações da COP26 é o com a cooperação internacional e a necessidade de assegurar o financiamento de US$ 100 bilhões por ano de países mais ricos para os menos desenvolvidos.

    Para a diretora executiva do Greenpeace International, Jennifer Morgan, é um movimento significativo em direção ao fim da era dos combustíveis fósseis, principalmente pelo apoio dos Estados Unidos dentro da transição energética.

    No entanto, para ela, os países devem assumir compromissos nacionais vinculantes (compulsórios) para encerrar imediatamente todos os novos projetos de combustíveis fósseis, seja por meio de financiamento externo, licenciamento doméstico ou permissão.

    “Foi uma semana ruim para as empresas de combustíveis fósseis, mas não o suficiente, as coisas precisam ficar muito piores para elas antes que esta COP termine, se quisermos chamar Glasgow de sucesso. Vimos alguns grandes anúncios, mas muitas promessas foram voluntárias e muitas vezes as letras miúdas incluem grandes lacunas. A meta não mudou, é 1,5°C e, embora estejamos mais perto do que estávamos, ainda há um longo caminho a percorrer”, finaliza.