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    Mundo atingiu número recorde de 82,4 milhões de refugiados e deslocados em 2020

    À CNN Rádio, o porta-voz do Acnur no Brasil destacou a pandemia e as guerras como principais causas para a alta

    Amanda Garcia, da CNN, em São Paulo

     

    Em 2020, o número de refugiados e deslocados subiu para quase 82,4 milhões, um recorde histórico. Em 2019, o número era de 79,5 milhões pessoas, o que representa um aumento de 4%.

    Os dados fazem parte do relatório anual do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), “Tendências Globais 2020”.

    Em entrevista à CNN Rádio nesta sexta-feira (18), o porta-voz do ACNUR no Brasil, Luiz Fernando Godinho, explicou que a pandemia fez com que o deslocamento interno aumentasse significativamente.

    Devido a crises principalmente na Etiópia, Sudão, países do Sahel, Síria, Moçambique, Iêmen, Afeganistão e Colômbia, o número de deslocados internos cresceu em mais de 2,3 milhões de pessoas.

    “A pandemia afetou de várias maneiras o deslocamento forçado, gerou fechamento de fronteiras. No pico, eram 179 países com fronteiras fechadas, mas números aumentaram na categoria dos deslocados internos, que sofrem como refugiados, mas permanecem no país de origem”, disse.

    Já são 9 anos consecutivos de alta no número de refugiados e deslocados. Segundo Godinho, é necessário um esforço dos líderes mundiais para solucionar os conflitos, já que as guerras são a principal causa para a necessidade de deslocamento.

    “As guerras continuam sendo o grande fator de deslocamento humano no mundo, isso joga luz aos líderes mundiais, precisam sentar à mesa para solucionar conflitos. Se os líderes não se entendem e não trabalham, o ano que vem falaremos de novos números ainda maiores”, avaliou.

    O porta-voz do Acnur ainda disse que o Brasil é referência na América do Sul: “O Brasil tem mantido uma postura de liderança regional, tem lei de refúgio desde 1997 e com isso tem arcabouço jurídico muito forte, a gente consegue envolver a sociedade civil. O Brasil tem sido um exemplo de liderança.”

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    Habitantes de países da América Central chegam na cidade de Roma, no Texas (EUA)
    Foto: Brandon Bell/Getty Images

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