Morte de líder do Hamas pode desestabilizar Oriente Médio, diz especialista
Professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan analisa as consequências da morte de Ismail Haniyeh, líder do Hamas
A morte de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, no Irã, é vista como um golpe significativo contra a organização e pode ter sérias implicações para a estabilidade no Oriente Médio, segundo o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan à CNN Brasil.
Trevisan destaca que Haniyeh era uma figura-chave nas negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza, mantendo diálogo com mediadores do Egito e do Qatar. Sua morte pode comprometer essas negociações e adiar a possibilidade de um cessar-fogo na região.
Impacto nas negociações e contexto político
O especialista ressalta que o alvo atingido era parte do braço político do Hamas, não o militar, e “representava a ala que dialogava com países árabes moderados”. Este fato “é crucial para entender as implicações do ataque”, que ocorreu em um momento de intensas atividades diplomáticas na região.
Trevisan sugere que a ação, provavelmente realizada por Israel, pode estar relacionada às eleições americanas.
Tensões regionais e consequências globais
O ataque que resultou na morte de Haniyeh ocorre em um contexto de crescente tensão regional, incluindo a recente morte do número dois do Hezbollah em um ataque israelense no Líbano. Esses eventos aumentam a probabilidade de uma resposta do Irã, elevando os riscos de uma escalada do conflito no Oriente Médio.
Trevisan conclui que a instabilidade resultante desses ataques pode ter repercussões globais, afetando não apenas a dinâmica regional, mas também influenciando processos políticos em outras partes do mundo, particularmente nos Estados Unidos.
