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    Minorias podem aproveitar “pseudo-abertura” da Arábia Saudita para buscar direitos, diz professor

    À CNN Rádio, Fernando Brancoli explicou que o país usa do apoio ao futebol, por exemplo, como “maquiagem para parecer moderno”

    Amanda Garciada CNN

    Os holofotes estão voltados para a Arábia Saudita após o alto investimento no futebol – que culminou na contratação de Neymar pelo Al-Hilal.

    Esta é a avaliação do professor de relações internacionais da UFRJ Fernando Brancoli.

    À CNN Rádio, ele explicou que as atenções voltadas para os sauditas trazem consequências.

    Por um lado, o país usa o esporte como “porta de entrada da modernidade”: “Autorizam algumas festas e traz craques para dizer que o país é moderno.”

    Paralelamente a isso, porém, “há dúvidas se modernidade vai chegar de fato, apesar de ter Cristiano Ronaldo e Neymar na Arábia, não vimos abertura política e econômica.”

    O professor analisa que a movimentação “parece maquiagem para parecer um país novo e moderno, mas as coisas continuam autoritárias.”

    Ao mesmo tempo, Brancoli acredita que há um fator do “inesperado” que pode levar o investimento no esporte para outro caminho.

    “A população terá contato com o mundo ocidental, empresas podem se estabelecer na Arábia Saudita, além da imprensa com a atenção no país”, disse.

    Dessa forma, “mudanças podem ocorrer”, já que o mundo observa com uma lupa as violações aos direitos humanos, barreiras para direitos das mulheres e da população LGBTQIA+.

    A longo prazo, portanto, “ativistas e grupos sauditas podem se aproveitar dessa pseudo-abertura para buscar novos direitos.”

    “O futebol pode funcionar para uma mudança de fato rumo a uma abertura verdadeira”, completou.

    *Com produção de Isabel Campos

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