Ministro russo acusa Ocidente de tentar expandir guerra da Ucrânia para Ásia-Pacífico
Fala de Sergei Shoigu foi durante o Fórum Xiangshan no qual ele afirmou que a Otan está encobrindo um aumento de suas forças militares na região da Ásia-Pacífico
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que o Ocidente quer expandir o conflito na Ucrânia para a região da Ásia-Pacífico, informou a mídia estatal russa, citando os comentários feitos pelo ministro durante um fórum de defesa em Pequim nesta segunda-feira (30).
Falando no Fórum Xiangshan, o maior evento de diplomacia militar da China, Shoigu disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está encobrindo um aumento de forças na região da Ásia-Pacífico com um “desejo ostensivo de diálogo”, informou a agência de notícias russa TASS.
Shoigu também afirmou que os países da Otan estão promovendo uma corrida armamentista na região, ao mesmo tempo que aumentam a sua presença militar, a frequência e a escala dos exercícios militares na região.
As forças dos Estados Unidos usarão o intercâmbio de informações com Tóquio e Seul sobre lançamentos de mísseis para deter a Rússia e a China, disse Shoigu. Ele também acusou Washington de tentar usar as pautas de mudanças climáticas e os desastres naturais como desculpa para “intervenções humanitárias”.
Ao mesmo tempo, ele disse que a decisão da Rússia de revogar sua ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTbT) não significa o fim do acordo.
“Estamos apenas buscando restaurar a paridade com os Estados Unidos, que não ratificaram esse tratado”, afirmou Shoigu, segundo a agência de notícias russa RIA. “Não estamos falando sobre sua destruição.”
Shoigu disse que Moscou estava pronta para conversações sobre a solução pós-conflito da crise da Ucrânia sobre uma maior “coexistência” com o Ocidente, mas que os países ocidentais precisavam parar de buscar a derrota estratégica da Rússia.
Explicando o porquê que as condições para tais negociações ainda não foram estabelecidas, Shoigu disse: “Também é importante garantir relações iguais entre todas as potências nucleares e os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC, na sigla em inglês), que têm a responsabilidade especial de manter a paz e a estabilidade global”.