Ministro pede tratamento igual para não ucranianos após denúncias de racismo nas fronteiras
"Africanos buscando a evacuação são nossos amigos e devem ter oportunidades iguais de retornar aos seus países natais de forma segura", disse Dmytro Kuleba via Twitter
Africanos e não ucranianos que fogem do ataque russo no interior devem ter igualdade na assistência, disse o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia nesta quarta-feira (2).
“Africanos buscando a evacuação são nossos amigos e devem ter oportunidades iguais de retornar aos seus países natais de forma segura”, disse Dmytro Kuleba via Twitter.
Russia’s invasion of Ukraine has affected Ukrainians and non-citizens in many devastating ways. Africans seeking evacuation are our friends and need to have equal opportunities to return to their home countries safely. Ukraine’s government spares no effort to solve the problem.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 1, 2022
“O governo da Ucrânia não poupa esforços para resolver o problema”, escreveu Kuleba.
É a primeira vez que o governo ucraniano reconheceu a crise na fronteira. Não ucranianos, particularmente africanos, têm sido sujeitos ao racismo enquanto tentam fugir do país.
Pessoas que tentavam deixar a Ucrânia e retornar a seus países natais disseram à CNN que foram segregados e tiveram o transporte para fora do país negado por oficiais na fronteira. Alguns alegaram terem sido agredidos em ataques racistas.
Uma estudante de medicina nigeriana, Rachel Onyegbule, disse à CNN que ela e outros estrangeiros foram expulsos de um ônibus público em um checkpoint na fronteira entre a Ucrânia e a Polônia, acrescentando que o veículo saiu levando apenas ucranianos a bordo.
Saakshi Ijantkar, uma estudante do quarto ano de medicina vinda da Índia, compartilhou o que testemunhou com a CNN. Ela disse ter visto violência de guardas contra estudantes esperando do lado ucraniano da fronteira Shehyni-Medyka.
A CNN entrou em contato com o exército ucraniano sobre as acusações de violência, mas não recebeu resposta imediata.
Em nota à CNN, a organização Human Rights Watch afirmou: “É imperativo que as autoridades ucranianas sejam transparentes nas orientações a todos os postos de fronteiras de que os estrangeiros não podem ser excluídos e impedidos nos esforços de buscar segurança igualitária na travessia da fronteira. Todos os civis deixando o país devem ser tratados de forma humana pelas autoridades.”