Ministra das Relações Exteriores do Peru renuncia após furar fila de vacinação
Astete, que ocupava o cargo desde novembro, disse que foi vacinada em 22 de janeiro após receber a oferta da universidade peruana Cayetano Heredia
A ministra das Relações Exteriores do Peru, Elizabeth Astete, disse na noite deste domingo (14) que renunciou ao cargo após confirmar que recebeu uma dose da vacina contra a Covid-19 da farmacêutica chinesa Sinopharm, fora dos testes clínicos e antes do início do programa nacional de imunização.
Astete, que ocupava o cargo desde novembro, disse que foi vacinada em 22 de janeiro após receber a oferta da universidade peruana Cayetano Heredia, encarregada dos ensaios clínicos, para receber a vacina da Sinopharm de um “lote remanescente”. A campanha nacional de imunização começou em 9 de fevereiro.
“Estou ciente do grave erro que cometi, por isso decidi não receber a segunda dose”, disse ela, no Twitter. “Pelas razões apresentadas, apresentei minha carta de renúncia ao presidente.”
Um dia antes, o presidente Francisco Sagasti disse que aceitava a renúncia da ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, após a denúncia de que o ex-presidente Martin Vizcarra também teria recebido uma dose da vacina.
Vizcarra, que foi deposto pelo Congresso em novembro por acusações de corrupção, disse que não furou a fila da vacinação, mas que recebeu a dose “como parte da testagem”.
O governo peruano anunciou no início de janeiro um acordo com a Sinopharm para a compra de até 38 milhões de doses da vacina. O primeiro lote de 300 mil vacinas chegou há uma semana e o programa de imunização contra a Covid-19 começou em 9 de fevereiro, com a aplicação de doses nos profissionais de saúde na linha de frente do combate à pandemia. Sagasti foi um dos primeiros a receber a vacina da Sinopharm na campanha de vacinação.