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    Militares do Níger suspendem constituição e anunciam novo chefe de governo

    Após a consolidação do golpe, líderes anunciaram o general Abdourahamane Tiani como o representante máximo do novo regime e anunciaram dissolução de todas as instituições anteriores  

    Moussa Aksarda Reuters , Niamei

    Líderes do golpe no Níger declararam o general Abdourahamane Tiani como o novo chefe de Estado nesta sexta-feira (28) e disseram que suspenderam a constituição e dissolveram todas as instituições anteriores após derrubar o presidente Mohamed Bazoum.

    Tiani era o chefe da guarda presidencial, cujos soldados fecharam Bazoum em seu palácio na quarta-feira e disseram que o demitiram por causa da má governança e da piora na segurança.

    O general apareceu na televisão estatal na sexta-feira com uma faixa na tela que o descrevia como presidente de um conselho militar recém-formado, o Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP).

    “O Presidente do CNSP é o chefe de estado. Ele representa o estado do Níger nas relações internacionais”, disse um oficial, lendo um comunicado. 

    A constituição foi suspensa e o governo dissolvido, cabendo ao CNSP exercer todo o poder legislativo e executivo, refere o comunicado. O exército já havia anunciado na quinta-feira que apoiaria o movimento que derrubou Bazoum.

    Países africanos, potências ocidentais, organizações regionais e internacionais reagiram com alarme ao golpe no Níger, insistindo na libertação de Bazoum e na restauração da ordem constitucional. 

    Antes do levante desta semana, era visto como o aliado mais estável do Ocidente em uma região cercada por insurgentes islâmicos. Várias tropas estrangeiras estão baseadas lá, incluindo forças francesas e americanas. 

    O Níger também é o sétimo maior produtor mundial de urânio, o metal radioativo amplamente utilizado para energia nuclear e em armas nucleares, bem como para o tratamento do câncer. 

    O Níger faz fronteira com três países – Mali, Burkina Faso e Chade – que também sofreram golpes militares nos últimos dois anos. 

    A França disse na manhã de sexta-feira que o golpe não foi “definitivo” e instou os responsáveis a restabelecer Bazoum. 

    Mas depois de dias de confusão sobre quem estava no comando, Tiani e seu grupo pareciam ter consolidado o poder enquanto liam uma série de decretos na televisão estatal. 

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    “A ação do CNSP é motivada pelo único desejo de preservar nossa querida pátria”, disse Tiani. 

    Os países estrangeiros não anunciaram nenhum plano para intervir no Níger, mas Tiani alertou contra qualquer tentativa de extrair o presidente Bazoum, que está detido com sua família no palácio presidencial desde a manhã de quarta-feira. 

    Ele disse que uma intervenção militar estrangeira resultaria no “massacre da população do Níger e no caos”. 

    A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realizará uma cúpula de emergência na Nigéria no domingo para discutir a situação. 

    O Níger será um teste para o bloco regional, que tem lutado para convencer os soldados a devolver o poder após a última onda de golpes nos estados membros Mali, Guiné e Burkina Faso. 

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