Militares da Colômbia suspendem buscas pelo cão Wilson, que ajudou em resgate de crianças na selva
De acordo com as equipes que atuavam na operação, resgate do animal tornou-se "improvável" e já colocava em risco as pessoas envolvidas; mais de 70 integrantes participaram das atividades na floresta amazônica
As Forças Militares colombianas suspenderam as buscas por Wilson, o cão belga que se perdeu após atuar nas buscas pelas quatro crianças perdidas na selva amazônica. As informações são do jornal Notícias Caracol.
As buscas foram canceladas após quase 20 dias na selva de Guaviare e do resgate do animal se ter tornado “improvável”, revelou o general Pedro Sánchez.
“Utilizamos absolutamente todos os nossos recursos, todas as nossas capacidades humanas e tecnológicas, não poupamos esforços”, acrescentou.
Na operação “Vamos por Wilson” estiveram envolvidos 70 homens na selva e 50 em tarefas logísticas, para além de cadelas no cio usadas para atrair a atenção de Wilson, mas sem sucesso.
Apesar de Wilson não ter regressado da sua missão, o seu trabalho na “Operação Esperança”, que resgatou os quatro irmãos perdidos na selva, será reconhecido e o cão vai ter direito ao reconhecimento especial para os combatentes que não regressam das missões.
“Wilson é um símbolo de um comando que não voltou de uma missão. Não vamos homenageá-lo apenas a ele, mas a todos os caninos que também perderam a vida a proteger os colombianos, especialmente os militares e polícias que não regressaram quando partiram em missão”, revelou o oficial.
Wilson, um pastor belga de seis anos, teria sido fundamental no resgate das crianças. De acordo com as autoridades, citadas pelo jornal El Tiempo, foi ele quem encontrou a cabana onde os meninos estavam abrigados.
O exército se mostra engajado na busca. O lema “Vamos por Wilson” surge em várias postagens da corporação nas redes sociais, trazendo fotos e vídeos do cão e mensagens de carinho e esperança. “Por enquanto, toda a operação está focada na busca de Wilson, porque um comando nunca fica para trás”, afirmou Sánchez.
Crianças perdidas na selva
As quatro crianças – Lesly Jacobombaire Mucutuy, 13, Soleiny Jacobombaire Mucutuy, 9, Tien Ranoque Mucutuy, 4, e a bebê Cristin Ranoque Mucutuy – estavam em um avião monomotor Cessna 206, que caiu na selva amazônica no dia 1º de maio, devido a uma aparente falha no motor. Também estavam a bordo três adultos — a mãe das crianças, Magdalena Mucutuy Valencia,o piloto do avião, Hernando Murcia Morales, e o líder indígena Yarupari, Herman Mendoza Hernández — que morreram devido ao acidente.
Segundo o pai das crianças, Manuel Ranoque, a filha mais velha contou que a mãe permaneceu viva por quatro dias após o acidente.
As crianças permaneceram perdidas na selva por 40 dias, sobrevivendo à base de uma farinha de mandioca grossa comumente usada por tribos indígenas na região amazônica.
Finalmente, eles foram encontrados no último dia 9. Segundo autoridades, elas estavam desnutridas, mas totalmente conscientes e lúcidas no momento do resgate. Os militares também informaram que as origens indígenas das crianças permitiram que eles adquirissem “certa imunidade contra as doenças da selva” e o conhecimento sobre o que podiam e não podiam comer em um ambiente hostil.
As crianças resgatadas na selva amazônia na Colômbia entregaram a oficiais do exército colombiano desenhos sobre o cão Wilson, mostrando que o pastor belga havia encontrado as crianças antes de ele mesmo se perder na mata.
(Publicado por Fábio Mendes, com informações da CNN Portugal)