Militantes matam mais de 130 civis em ataque a vilarejo em Burkina Faso
Sete crianças estão entre as vítimas de ataque no país africano
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Pelo menos 132 civis foram mortos no pior ataque militante em Burkina Faso nos últimos anos, afirmou o governo neste sábado (5), depois que assaltantes armados sitiaram durante a noite um vilarejo no nordeste dominado por jihadistas.
Os militantes atacaram na noite de sexta-feira (4), matando moradores do vilarejo de Solhan, na província de Yagha, fronteira com o Níger. Eles também queimaram casas e o mercado, disse o governo em um comunicado.
O governo declarou luto nacional de 72 horas, descrevendo os agressores como terroristas, embora nenhum grupo tenha assumido a responsabilidade dos ataques. Outros 40 residentes ficaram feridos, disse mais tarde o porta-voz do governo Ousseni Tamboura a repórteres.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que o secretário-geral Antonio Guterres ficou indignado com o ataque, cujas vítimas incluíam sete crianças.
Apesar da presença de milhares de soldados da paz da ONU, os ataques de jihadistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico na região do Sahel na África Ocidental aumentaram drasticamente desde o início do ano, especialmente em Burkina Faso, Mali e Níger, com civis sofrendo as consequências.
Em maio, dois jornalistas espanhóis e um cidadão irlandês em uma patrulha anti-caça clandestina foram mortos após serem sequestrados em um parque nacional perto da fronteira de Burkina Faso com Benin.
A violência no Burkina Faso deslocou mais de 1,14 milhão de pessoas em pouco mais de dois anos, enquanto o país pobre e árido acolhe cerca de 20.000 refugiados do vizinho Mali.
O último ataque eleva o número de mortos por islâmicos armados na região do Sahel para mais de 500 desde janeiro, de acordo com a diretora da África Ocidental da Human Rights Watch, Corinne Dufka.
“A dinâmica é que os jihadistas entram, dominam o posto de defesa civil e iniciam punições coletivas contra o resto da vila – é um padrão que vimos em todos os lugares este ano”, disse Dufka.
Em março, os agressores mataram 137 pessoas em ataques coordenados a aldeias no sudoeste do Níger.
As rebeliões na região do Sahel foram encorajadas pela ampla disponibilidade de armas que fluíram para o sul após a guerra civil na Líbia de 2011. Tanto o Mali quanto o Chade estão agora nas mãos dos militares.
O presidente do Níger disse à CNN na semana passada que os terroristas que circulam pelo Sahel agora estão armados com armas que “nenhum grupo não-estatal teve acesso antes”.
(Texto traduzido, leia original em inglês aqui)