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    Milei demite chanceler após voto contra embargo a Cuba; embaixador assume

    Casa Rosada diz que fará auditoria na chancelaria para identificar funcionários de carreira com agendas “inimigas da liberdade”

    Luciana Taddeoda CNN , de Buenos Aires

    O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu, nesta quarta-feira (30), a ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. O novo chanceler do país será Gerardo Werthein, atual embaixador argentino nos Estados Unidos.

    A demissão de Mondino ocorre devido ao voto da Argentina, nesta terça (29), contra o embargo imposto pelos Estados Unidos contra Cuba. A resolução, aprovada por 188 votos, somente teve a oposição dos Estados Unidos e de Israel.

    “Nosso país se opõe categoricamente à ditadura cubana e se manterá firme na promoção de uma política exterior que condene todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais”, expressou a presidência argentina em comunicado.

    A Casa Rosada afirmou que a Argentina “atravessa um período de mudanças profundas e esta nova etapa exige que nosso corpo diplomático reflita em cada decisão os valores da liberdade, soberania e direitos individuais que caracterizam as democracias ocidentais”.

    O texto também informa que o poder Executivo iniciará “uma auditoria do pessoal de carreira da Chancelaria, visando identificar impulsores de agendas inimigas da liberdade”.

     

     

    Apesar da constância argentina no voto pelo fim do bloqueio comercial e econômico contra a ilha nas últimas décadas, Milei já havia declarado em diversas oportunidades considerar Cuba uma ditadura e que seu governo estará alinhado aos Estados Unidos e a Israel.

    Polêmicas

    Uma das principais polêmicas de Mondino, que liderou a pasta desde o início do mandato de Milei, foi dizer que, em uma inspeção que o governo realizou na base espacial que a China tem na província argentina de Neuquén, não conseguiu identificar se havia militares, uma vez que “eles são chineses, são todos iguais”.

    Posteriormente, ela negou que houvesse qualquer intenção discriminatória na declaração, feita ao jornal Clarín, poucos dias após ter feito uma visita oficial ao país asiático, onde se encontrou com o chanceler Wang Yi. Milei, na campanha, disse que não se relacionaria com a China, mas nos últimos meses fez declarações afirmando que se surpreendeu positivamente com o país asiático.

    Outra declaração da chanceler que repercutiu muito negativamente na Argentina foi quando se posicionou sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Como liberal, estou de acordo com o projeto de vida de cada um. É muito mais amplo que o matrimônio igualitário. Deixe que exagere: se você prefere não se banhar e estar cheio de piolhos, é escolha sua, pronto, depois não reclame se alguém não gostar que você tenha piolhos”, disse, em entrevista ao canal de notícias La Nación.

    Recentemente, um comunicado do governo chamou as Ilhas Malvinas, território reivindicado pela Argentina, como Falklands. Após a polêmica pelo uso do nome utilizado pelos ingleses, que têm o controle ultramarino da ilha, Mondino disse ser “falso” que o texto tenha saído da chancelaria.

    “Com relação à versão maliciosa publicada na web do governo, estamos identificando o responsável para despedi-lo. Vamos ir fundo contra qualquer pessoa que, guiada pela ideologia de esquerda, atente contra os interesses argentinos”, expressou.

    Relações com Brasil

    Com o Brasil, no entanto, Mondino conseguiu estabelecer boas relações, apesar dos insultos e provocações de Milei a Lula. Ela foi a Brasília antes mesmo da posse, e entregou ao chanceler Mauro Vieira uma carta do presidente argentino convidando Lula para a cerimônia.

    Mondino entregou uma segunda carta a Vieira, durante reunião bilateral no Itamaraty em abril. Ela também mantinha contato direto com o embaixador brasileiro na Argentina, Julio Bitelli, a quem pediu ajuda em maio para a liberação de um carregamento de gás natural contratado emergencialmente para evitar um colapso energético em seu país.

    A ex-chanceler também articulou com o Brasil o apoio para que o Itamaraty intercedesse pelos seis opositores venezuelanos que estão asilados na embaixada da Argentina em Caracas. No início de agosto, quando os diplomatas argentinos foram expulsos da Venezuela, o Brasil assumiu a representação da missão diplomática da Argentina.

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