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    Michelle Obama chama ações de Trump de ‘moralmente erradas’ e ‘racistas’

    A ex-primeira-dama publica vídeo com sua "mensagem final" antes das eleições americanas

    Sarah Mucha e Jeff Zeleny, , da CNN

    A ex-primeira-dama Michelle Obama divulgou sua mensagem de final de campanha para os norte-americanos em um vídeo lançado menos de um mês antes do dia da eleição nos Estados Unidos. Nele, ela diz que o presidente Donald Trump e seus aliados estão “alimentando temores a respeito dos norte-americanos negros e não brancos” para ganhar a eleição e chamando as ações do presidente de “moralmente erradas” e “racistas”.

    “Agora, o presidente e seus aliados estão tentando explorar essa frustração e distrair de seus imensos fracassos, dando às pessoas alguém para culpar além deles próprios”, afirmou a ex-primeira-dama. “Eles estão alimentando temores sobre os norte-americanos não brancos, mentindo sobre como as minorias vão destruir os subúrbios, aumentando a violência e a intimidação – e estão atribuindo tudo ao que tem sido um movimento esmagadoramente pacífico pela solidariedade racial”.

    “Portanto, o que o presidente está fazendo é, mais uma vez, evidentemente falso. É moralmente errado e, sim, é racista. Mas isso não significa que não funcionará”.

    Fazendo um apelo por empatia como mulher negra, Michelle Obama chamou esta era americana de uma época “difícil” e “confusa” e alertou que o presidente é bom em usar divisões, medo e “espalhar mentiras” como ferramentas para vencer.

    “Quero que todos os que ainda estão indecisos pensem em todas essas pessoas como eu e meus ancestrais, os milhões de pessoas que se parecem comigo e lutaram, morreram e trabalharam como escravos, soldados e trabalhadores para ajudar a construir este país”.

    “Racismo, medo, divisão, essas são armas poderosas”, advertiu Michelle, “e elas podem destruir esta nação se não lidarmos com elas de frente”. 

    A ex-primeira-dama se dirigiu especificamente aos negros e demais comunidades não brancas em sua mensagem: “Eu me dirijo a todos os jovens que estão por aí, para todos os negros e não brancos, qualquer um que se sinta frustrado e alienado por todo esse sistema, e digo que entendo. Eu entendo mesmo”.

    Michelle Obama implorou aos eleitores: “Examinem seus corações e sua consciência, e então votem em Joe Biden como se suas vidas dependessem disso”.

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    De acordo com uma fonte, Michelle Obama gravou sua mensagem “algumas semanas atrás”.

    Uma pessoa próxima à ex-primeira-dama disse que a mensagem de vídeo (divulgada com a votação já em andamento na maioria dos estados e os prazos finais de registro para votação se aproximando) é a última de uma série de suas tentativas de explicar o pensamento resumido em sua famosa frase “Quando eles baixam o nível, a gente sobe”. O objetivo é atingir uma variedade de públicos, incluindo mães brancas suburbanas (republicanas e democratas) e jovens eleitores não brancos.

    “Ela está explicando o que significa ‘elevar o nível’ – agora, mais do que nunca, isso se traduz em votar”, disse uma pessoa próxima a Obama à CNN. Michelle Obama fale frequentemente sobre seu desdém pela política e seu posicionamento na mensagem traz algo profundamente pessoal, especialmente porque Trump liderou o ataque contra sua família durante anos.

    Reconhecendo que política “nunca foi minha praia”, a mensagem de Obama é uma reminiscência de seu discurso durante a Convenção Nacional Democrata, onde ela apelou à consciência dos norte-americanos e advertiu: “Se você acha que as coisas não podem piorar, acredite, elas podem; e irão se não fizermos uma mudança nesta eleição”.

    No novo vídeo, Michelle Obama bateu fortemente no presidente por seu “fracasso” em levar a sério a pandemia. Citando o áudio gravado da conversa de Trump com o jornalista Bob Woodward, a ex-primeira-dama pediu aos americanos que “olhassem ao redor do mundo” e comparassem a resposta à pandemia nos Estados Unidos com a de outros países.

    “Eles tinham o mesmo tipo de recursos para contê-lo que nós. “Mas o que eles não tiveram que enfrentar foi esse presidente”.

    Obama disse que o presidente é um homem que “sabia quão mortal é este vírus, mas que mentiu para nós, e nos disse que ele simplesmente desapareceria” e “dobrou a divisão e ressentimento”. Ela também criticou Trump por desrespeitar as diretrizes de segurança pública recomendadas e eventos sem exigir máscaras ou distanciamento social.

    “E, no entanto, mesmo em face de toda essa incompetência, os norte-americanos continuam se esforçando cada vez mais, encontrando novas reservas de força, fazendo o que for preciso para superar isso”, disse.

    Obama pediu aos norte-americanos que façam um plano para votar e defendeu Biden em termos pessoais, argumentando que, se o país quiser recuperar “qualquer tipo de estabilidade”, todos os eleitores elegíveis devem estar engajados. A ex-primeira-dama não se conteve em suas críticas ao presidente Donald Trump, criticando-o por sua “incompetência” em sua resposta à pandemia e por alimentar o medo e o racismo para dividir o país.

    Ao mesmo tempo, defendeu Biden como alguém que está em total contraste com Trump e que viveu uma vida “guiada por valores e princípios que refletem aqueles que a maioria dos norte-americanos pode reconhecer”. Ela argumentou que Biden é o líder certo para colocar a pandemia sob controle e fornecer assistência médica acessível e enfrentar a injustiça racial e a crise climática. Obama deixou claro diretamente que o destino da Suprema Corte está em jogo e disse que Biden nomearia juízes “que seguem os passos de Ruth Bader Ginsburg”.

    Por fim, ela fez um apelo direto às mulheres, valendo-se de sua experiência como mãe para argumentar que a liderança do presidente não está criando um ambiente adequado para famílias e crianças.

    “Todo mundo quer seus filhos de volta à escola assim que for seguro. Mas, como mãe, é assustador pensar em todos esses jovens – que eram apenas nossos bebês ontem – colocados em quarentena sozinhos em dormitórios ou apartamentos com pouco ou nenhum suporte enquanto a doença continua a se espalhar, incapazes de voltar para casa se seus sintomas piorarem. Imaginem o preço que essa preocupação está tendo nas famílias em todo o país”.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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