Médicos Sem Fronteiras diz que resolução da ONU não atende às necessidades em Gaza
Organização humanitária pediu por cessar-fogo imediato e destacou que ataques de Israel são "inconsistentes com as leis internacionais"
A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na sexta-feira (22) “fica dolorosamente aquém” das necessidades da crise na Faixa de Gaza, disse a chefe de Médicos Sem Fronteiras dos Estados Unidos.
“A resolução de hoje do Conselho de Segurança fica dolorosamente aquém do que é necessário para resolver a crise em Gaza: um cessar-fogo imediato e sustentado. Esta resolução foi diluída a tal ponto que o seu impacto nas vidas dos civis em Gaza será quase nulo”, avaliou a diretora-executiva Avril Benoit.
A forma como Israel conduz a guerra está “causando mortes e sofrimento em massa entre os civis palestinos e é inconsistente com as normas e leis internacionais”, adicionou.
“Garantir o rápido fluxo de ajuda humanitária para Gaza e a entrega segura e sem entraves de assistência dentro de Gaza” é algo que deveria ter sido estabelecido desde o início da crise e não deveria ter demorado tanto tempo, segundo Benoit.
A diretora apelou ao Conselho de Segurança e ao governo dos EUA para “concentrarem a sua atenção no estabelecimento de um cessar-fogo e garantirem que o direito humanitário internacional não se torne uma mera reflexão tardia neste conflito”.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na sexta-feira uma resolução que apela a pausas nos combates entre Israel e o Hamas para permitir a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.
O texto pede por “pausas e corredores humanitários urgentes e alargados em toda a Faixa de Gaza durante um número suficiente de dias para permitir o acesso humanitário completo, rápido, seguro e desimpedido”, embora não tenha requisitado um cessar-fogo como a proposta vetada no início deste mês.
Os Estados Unidos, que vetaram projetos de resolução anteriores, abstiveram-se de votar desta vez. A Rússia também se absteve.