Máscara de ouro está entre relíquias de 3.000 anos desenterradas na China
Artefato de cerca de 100 gramas, que teria sido parte de uma cabeça de bronze maior, foi descoberto em um fosso de sacrifício
Uma máscara de ouro com mais de 3.000 anos está entre centenas de relíquias descobertas de uma série de fossos de sacrifício no sudoeste da China, de acordo com a Administração do Patrimônio Cultural da Província de Sichuan. Os locais eram utilizados para rituais sagrados e sacrifícios humanos.
As descobertas foram feitas em Sanxingdui, um sítio arqueológico de 7,4 quilômetros quadrados fora de Chengdu que rendeu milhares de artefatos antigos desde que um fazendeiro local o encontrou na década de 1920.
A máscara dourada foi descoberta em junho, mas foi revelada pela primeira vez no início deste mês. O artefato pesa cerca de 100 gramas e teria sido parte de uma cabeça de bronze maior, conforme a agência de notícias estatal Xinhua.
Os arqueólogos acreditam que seja do final da dinastia Shang, que terminou em 1046 aC.
O artefato é um dos cerca de 500 itens descobertos nos poços nos últimos meses, de acordo com a mídia estatal chinesa. Relíquias de marfim também estiveram entre as descobertas, assim como uma faca de jade, um vaso cerimonial conhecido como “zun” e várias estatuetas de bronze.
Arqueólogos fizeram uma descoberta em Sanxingdui em meados da década de 1980, quando encontraram dois fossos cerimoniais contendo mais de 1.000 itens, incluindo máscaras de bronze elaboradas e bem preservadas.
Descoberta de poços
Após uma longa pausa nas escavações, um terceiro poço foi encontrado no final de 2019, levando à descoberta de mais cinco em 2020. Em março deste ano, um depósito anterior de mais de 500 itens foi descoberto pelas autoridades, incluindo outra máscara de ouro e um vaso de bronze com padronagem em forma de coruja.
Muitos dos objetos parecem ter sido queimados ritualmente antes de serem enterrados, levando os especialistas a acreditar que as fossas eram usadas para fins de sacrifício.
Os especialistas acreditam que Sanxingdui tenha estado no centro do estado de Shu, um reino que governou na bacia ocidental de Sichuan até ser conquistado em 316 aC. As descobertas no local ofereceram evidências de uma cultura Shu única, sugerindo que o reino se desenvolveu independentemente de outras sociedades no Vale do Rio Amarelo, sendo tradicionalmente considerado o berço da civilização chinesa. Fibras de seda e restos de têxteis também foram encontrados nos poços.
“As novas descobertas demonstram mais uma vez que a imaginação e a criatividade dos antigos chineses superaram em muito o que as pessoas esperavam”, disse à Xinhua Tang Fei, chefe do Instituto Provincial de Pesquisas Arqueológicas e Relíquias Culturais de Sichuan.
Patrimônio Mundial da Unesco
Muitos dos itens desenterrados em Sanxingdui estão agora em exibição em um museu no local, apesar da escavação de dois dos poços ainda esteja em andamento.
Embora ainda não seja reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco, Sanxingdui está na “lista provisória” da organização para consideração futura.
Com outros sítios arqueológicos Shu, é descrito pela agência da ONU como “um representante notável da Civilização da Idade do Bronze da China, leste asiático e até mesmo do mundo.”
Com informações de Shawn Deng, CNN Internacional. Esse texto foi traduzido. Para ler o original, clique aqui*)