Marrocos deve esperar até 20 dias para ver se terremoto não terá réplicas, diz professor à CNN
Terremoto deve provocar tremores secundários que podem danificar ainda mais as estruturas já danificadas
Autoridades do Marrocos devem aguardar por até 20 dias para ver se o terremoto que atingiu o país na sexta-feira (8) terá réplicas. É o que afirmou à CNN o professor do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo George Sand.
Segundo o especialista, o país norte-africano deve disponibilizar barracas para que a população posso esperar em um lugar seguro durante esse período.
“A Defesa Civil tem que construir algumas barracas para que as pessoas ficam por um período de 15 a 20 dias até ver se essa atividade vai cessar. Toda atividade sísmica tem as suas réplicas e a gente não tem condições de prever em quanto tempo isso vai cessar”, defendeu.
Sand explicou que, como a região está instável, não é seguro que as pessoas voltem para dentro das residências por enquanto. Os tremores secundários, ainda que sejam mais fracos que o primeiro, podem causar danos maiores porque que as estruturas já estão comprometidas pelo terremoto.
“É importante, nesse primeiro momento, você não ir para a sua residência, principalmente em regiões estáveis como essa em que não acontece normalmente. Tem as réplicas, que voltam a tremer com magnitude menores, mas a estrutura já está afetada pelo primeiro evento e o dano pode ser maior ainda”, afirmou.
O que aconteceu?
Um forte terremoto de magnitude 6,8 atingiu o centro do Marrocos na noite desta sexta-feira, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos, causando pânico entre os residentes e turistas em Marrakech.
Mais de 1.030 pessoas morreram, conforme afirmou a uma emissora de TV estatal, citando o Ministério do Interior.
Esse terremoto foi o mais forte a atingir aquela parte do país norte-africano em mais de 100 anos, segundo o Serviço Geológico dos EUA.
O epicentro do terremoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 km, a cerca de 72 km a nordeste de Marrakech, pouco depois das 23h, no horário local (19h de Brasília), de acordo com o serviço geológico dos EUA.
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Entrevista produzida por Duda Cambraia