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    Marido de líder da oposição de Belarus é condenado a 18 anos de prisão

    Sergey Tikhanovsky, casado com Svetlana Tikhanovskaya, foi preso pouco após declarar candidatura à Presidência em 2020

    Allegra GoodwinJoshua Berlingerda CNN*

    Sergey Tikhanovsky, marido da líder da oposição de Belarus, Svetlana Tikhanovskaya, foi condenado a 18 anos de prisão em uma colônia penal de alta segurança, informou a mídia estatal BelTA na terça-feira (14).

    Depois de um julgamento que ocorreu em grande parte a portas fechadas, Tikhanovsky foi condenado por acusações que incluíam “organização de rebeliões em massa” e incitação à hostilidade social, que os críticos dizem ter motivação política.

    Outros três também foram considerados culpados e condenados a penas de prisão por mais de uma década.

    As autoridades alegaram que Tikhanovsky pediu violência contra o governo e as forças de segurança, de acordo com a BelTA.

    O veredito pode ser apelado legalmente dentro de 10 dias. Tikhanovsky, blogueiro e ativista popular, foi preso pouco depois de declarar sua candidatura à presidência em maio de 2020.

    Sua esposa ficou em seu lugar, mas acabou perdendo a disputada contra Alexander Lukashenko, o homem forte que governa a Belarus por mais de 25 anos, em agosto daquele ano.

    Membros de sua campanha e muitos observadores internacionais alegaram que a votação foi prejudicada pelo enchimento de urnas e falsificações.

    “A própria existência dessas pessoas é um crime para o regime. Elas são reprimidas pelo desejo de viver na Belarus livre”, disse ela no Twitter.

    Tikhanovskaya acrescentou que a sentença de seu marido foi a mais longa já concedida a uma pessoa nesta situação.

    “O ditador vinga-se publicamente de seus oponentes mais fortes”, disse Tikhanovskaya. “Enquanto esconde os presos políticos em julgamentos fechados, ele espera continuar a repressão em silêncio. Mas o mundo inteiro observa. Não vamos parar.”

    Após a prisão de seu marido, Tikhanovskaya se tornou o rosto improvável de um movimento de protesto que tentava derrubar Lukashenko, cujo longo mandato lhe rendeu o apelido de “o último ditador da Europa“.

    Seus comícios de campanha na corrida até a votação de agosto de 2020 tiveram apoio significativo, mesmo em pequenas cidades bielorrussas não conhecidas por sua atividade de protesto. Cerca de 63 mil pessoas participaram do maior evento na capital, Minsk, em julho do ano passado — a maior manifestação na última década.

    Os protestos eclodiram depois que as pesquisas oficiais foram divulgadas, mostrando que Lukashenko estava caminhando para a vitória, apesar do aparente apoio generalizado à Tikhanovskaya.

    De acordo com os resultados oficiais, Lukashenko venceu a eleição com 80,23% dos votos contra 9,9 de Tikhanovskaya — mas analistas independentes disseram que houve fraude generalizada.

    Tikhanovskaya fugiu da Belarus para a Lituânia depois de rejeitar publicamente os resultados das eleições preliminares.

    Ela e seus filhos vivem no exílio desde então. Svetlana Tikhanovskaya viajou aos Estados Unidos no meio deste ano para se encontrar com o presidente Joe Biden e vários funcionários do governo para pressionar por sanções contra o regime de Lukashenko.

    (Texto traduzido. Leia o original aqui)

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