Maria Corina Machado: proibição de candidatura não é sentença, é delinquência judicial
Em 2021, a opositora de Maduro foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos
A opositora María Corina Machado, candidata favorita para disputar as eleições presidenciais previstas para este ano na Venezuela contra Nicolás Maduro, disse nesta segunda (29), que a proibição da sua candidatura, ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça do país, não é uma sentença, mas sim “delinquência judicial”.
Vitoriosa das primárias opositoras, Machado foi proibida, em 2021, de ocupar cargos públicos no país por 15 anos. Apesar da decisão, ela afirmou que chegará à presidência eleitoralmente em 2024, e afirmou que Maduro e seu círculo estão dispostos ao que for para impedir que ela se candidate.
“Vamos derrotar Maduro e eles sabem”, disse, argumentando que as autoridades “emitiram decisão que não pode ser chamada de sentença, nem sequer é uma decisão arbitrária, isso se chama delinquência judicial. Foi isso o que aconteceu. É preciso chamar as coisas pelo seu nome”, disse Machado em seu primeiro ato público após a decisão do Judiciário.
Segundo Machado “de tempos em tempos [o governo] inventa tramas para perseguir inocentes”. Mas garantiu: “Nicolás Maduro não vai decidir quem é o candidato das pessoas porque as pessoas já escolheram quem é seu candidato.
No documento que ratifica a decisão, o TSJ venezuelano afirma que ela “foi partícipe da trama de corrupção orquestrada pelo usurpador Juan Guaidó”, em referência ao opositor que se autoproclamou presidente do país em 2019, quando liderava o Legislativo do país.
Segundo o texto, a “trama” proporcionou o bloqueio do país a recursos, e entrega de empresas e riquezas venezuelanas no exterior, como a petroleira Citgo, além da solicitação de aplicação de sanções ao país.
Corina disse que Maduro está violando os Acordos de Barbados, que determinavam passos para estabelecer garantias para um processo eleitoral democrático e transparente na Venezuela.